“Eu não fiz nada de errado”, afirma Hang sobre busca e apreensão
As ordens de busca e apreensão são do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
• Atualizado
Após ser alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (23), o empresário Luciano Hang concedeu uma coletiva de imprensa na loja Havan de Biguaçu, na Grande Florianópolis. O dono da rede de lojas teve o celular pessoal apreendido pela investigação que apura a informação de que empresários teriam compartilhado mensagens em que defendiam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano.
Hang confirmou sua participação em um grupo de WhatsApp com 250 empresários brasileiros, mas negou ter concordado com um golpe de Estado, destacando que o fato de estar incluído no grupo não quer dizer que concorde com todas as informações e conversas inseridas por outras pessoas no local. “No grupo discutimos todos os assuntos, desde política até economia, mas de forma nenhuma é um grupo que discute golpe de Estado (…) Eu não sou responsável por tudo que se escreve nos grupos. Eu sou responsável pelo que eu falo nos grupos e eu não falei nada”, afirma Hang.
“O que eu falei no grupo foi: ‘Nós vamos vencer esta eleição, Bolsonaro será presidente, depois mais quatro anos de Tarcísio e vamos promover uma limpa. (…) Eu disse também ‘ou é Bolsonaro ou é o Aeroporto Internacional mais próximo’. Estamos entre duas escolhas, a da democracia ou o da prisão”, disse o empresário.
O dono das lojas Havan destacou durante a coletiva que acredita que a justiça precisa ser feita e que maior crime cometido é terem pego uma mensagem de um grupo e enviado para a imprensa fora do contexto. “Os empresários não fariam tamanha imbecilidade de atacar a democracia”, enfatizou o catarinense.
Ao final de sua fala, Hang disse que nesta terça houve dois atentados: um à democracia e outra à liberdade de expressão. “Estou tranquilo, eu não fiz nada de errado”, finalizou.
Confira o que diz Luciano Hang sobre o caso:
Busca e apreensão
Empresários foram alvo de uma operação da Polícia Federal em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e grupo foi incluído nas investigações do inquérito das milícias digitais.
O caso das ameaças de golpe foi revelado pelo site Metrópoles.
Quem são os empresários alvo da operação da PF
Na operação da PF desta terça, são alvos os empresários Luciano Hang, da Havan; Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa; Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da rede Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping; Luiz André Tissot, do Grupo Serra; e, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.
Todos os empresários são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns deles já são alvos de processos no STF, sob condução de Moraes. O caso das ameaças de golpe foi revelado pelo site Metrópoles.
O empresário Luciano Hang informou que estava “trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular”.
“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros. Faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum falei sobre golpe ou sobre STF”, explicou Hang.
Já o empresário Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu, disse que “está absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um “emoji” sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de “golpe”. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo”.
A defesa de Marco Aurélio Raymundo (Morongo), da Mormaii informou que “o Morongo foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos”.
A reportagem segue buscando contato com os outros empresários.
Luciano Hang fala sobre mandado de busca e apreensão
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