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Brutalidade

Acusado falsamente de roubar moto, homem morre após ser espancado

O dono do veículo informou à Polícia Militar que emprestou a moto à vítima

• Atualizado

Estadão Conteúdo

Por Estadão Conteúdo

Divulgação/Redes Sociais
Divulgação/Redes Sociais

Osil Vicente Guedes, de 49 anos, morreu neste domingo (7/5) após ser vítima de agressão no meio da rua no Guarujá, em São Paulo. O homem foi acusado injustamente de roubar uma moto e espancado na quarta-feira (3). O dono do veículo informou à Polícia Militar que emprestou a moto à vítima.

Osil estava internado desde a agressão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde foi declarada a morte encefálica. O homem foi espancado com pedaços de madeira e capacete por três pessoas, segundo mostra um vídeo gravado por celular.

“Não está bom para ladrão de moto, não. Ladrão de moto está se lascando”, diz o autor da gravação. Nas imagens, dá para notar um homem caído no chão, que é acertado com um capacete na cabeça e que depois recebe um tapa na nuca de outro agressor. Para finalizar, ele é arrastado e arremessado no chão por um outro rapaz. O linchamento ocorreu no bairro Pae-Cará.

Testemunhas relataram à Polícia Militar que as agressões começaram após um grito de “pega ladrão” direcionado ao rapaz. Mas, após averiguação da Polícia Civil, o dono da moto afirmou que havia emprestado o veículo a Osil naquele mesmo dia e que mantinha contato há anos com a vítima.

O proprietário da motocicleta, cuja identidade não foi revelada, ainda definiu Osil como uma “pessoa trabalhadora e que não se metia em confusão”. Osil atuava na área de reciclagem.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse, em nota, que foi comunicada da morte da vítima neste domingo. “A natureza da ocorrência foi modificada para homicídio e o irmão da vítima foi ouvido. Diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos”, diz o texto.

Linchamento de dona de casa chocou cidade há 9 anos

Foi no Guarujá que Fabiane Maria de Jesus, há nove anos, foi vítima de uma notícia falsa postada em maio de 2014 no Facebook. A postagem viralizou, também no dia 3 de maio daquele ano, e ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra.

Fabiane foi amarrada e agredida por uma multidão após sair de casa no Bairro Morrinhos para ir à igreja. Ela ainda foi levada ao hospital, mas morreu dois dias depois. Fabiane era inocente, tinha duas filhas, uma de 13 anos e outra de um ano. O caso teve grande repercussão e se tornou emblemático de como fake news e a desinformação nas redes sociais podem resultar em violências.

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