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Julgamento

Acusado de aplicar mata-leão e queimar cunhada viva irá a júri popular

Mauriceia Estraich, de 22 anos, foi morta no dia 28 de março de 2021

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Redes Sociais / Reprodução.
Foto: Redes Sociais / Reprodução.

O homem, acusado de matar a cunhada Mauriceia Estraich de 22 anos, irá a júri popular. A juíza Janaína Alexandre Linsmeyer Berbigier, lotada na Vara Única da comarca de Descanso, prolatou sentença de pronúncia ao acusado. Com a decisão, o homem será julgado, em júri popular, por homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de fogo, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ainda não há data para a sessão.

De acordo com a denúncia, o agressor confessou o crime e disse que aplicou um golpe conhecido como “mata-leão” na vítima. Em seguida, ateou fogo na residência. O marido da moça, irmão do acusado, estava na casa do pai. O acusado foi preso em flagrante no mesmo dia do crime por ter prestado declarações falsas na Delegacia de Polícia. O processo tramita em segredo de justiça. 

Relembre o crime:

Mauriceia foi morta no dia 28 de março de 2021. As investigações concluíram que o fogo foi causado propositalmente pelo homem com a utilização de gasolina. O acusado confessou parcialmente a prática do crime. No local, ele a agrediu até deixá-la desacordada.

Ele relatou que acreditando que ela estava morta, ateou fogo no seu corpo e na casa. Também alegou que estava sob efeito de drogas e não soube explicar qual a razão que o motivou a realizar o crime. O laudo pericial confirmou que a vítima aspirou fumaça, o que confirmou que ela estava viva no momento do incêndio.

Irmão do acusado diz que inveja teria motivado o crime

Por Jornalista Ricardo Souza da TVGC – Cedido

“Para mim o que mais motivou ele foi a inveja que ele tinha do nosso relacionamento (…) a inveja de não poder ter o que eu tinha, que era a Mauriceia”, afirmou na época Leonardo Rodrigues, namorado da jovem.

“Meu mundo desabou, mas eu fiquei ali e não quis acreditar. Até hoje não acredito que ela se foi”, contou emocionado o namorado. No dia do crime, Leonardo não estava em casa, foi avisado do incêndio pelo irmão. Ao chegar próximo à casa, que morava com Mauriceia, sentiu o cheiro de fumaça e já sabia que havia acontecido algo ruim. Foi do irmão que ouviu a notícia do falecimento da companheira.

“Ele até me abraçou enquanto a casa pegava fogo. E falou que tinha perdido a Mauriceia, e chorou comigo desamparado, e me confortou, sabendo que foi ele quem tinha feito tudo isso, com sangue-frio, sem dó e sem coração”, relembra Leonardo.

Confira a entrevista na íntegra:

Como era o relacionamento entre você e a Mauriceia?

O nosso relacionamento, na verdade começou ainda na escola que a gente estudava, estudávamos em turmas diferentes, mas a partir do ano de 2017 eu pedi ela em namoro, no dia 22 de janeiro de 2017, ela aceitou, e a partir daí a gente começou a namorar. Mais tarde eu pedi para morarmos juntos e ela aceitou. Alugamos um apartamento aqui em São Miguel do Oeste, ali no bairro Agostini e a gente ficou ali por 8 a 9 meses. Depois fomos morar atrás da casa do meu pai em Descanso, porque as contas da casa começaram a apertar, e apenas com o meu serviço não dávamos conta em pagar as dívidas.

Como foi aquela manhã, quando soube da morte de Mauriceia?

Para mim, foi muito difícil. Eu estava na casa de meu pai, e meu irmão ligou falando que a casa estava pegando fogo. Chegando lá, minha primeira imagem eu acredito que uns 500 metros antes de chegar no local já senti o cheiro de fumaça e já vi que havia acontecido coisa ruim. Lembro que eu passei a fita da Polícia e pedi, cadê a minha esposa. Logo que cheguei, o pai dela também pediu. “E a Mauriceia, Leonardo?” Eu falei: estou tentando ligar para ela, mas estava dando fora de área. Nesse momento, meu irmão chegou e falou” A Mauriceia está morta”. Aí meu mundo desabou, mas eu fiquei ali e não quis acreditar. Até hoje não acredito que ela se foi.

A Polícia descartou seu envolvimento no crime, como ficou sua vida após isso?

Para mim a dor continua a mesma, independente do descarte no meu envolvimento ou não no caso. Fui julgado, não desejo a ninguém passar pelo que eu passei, além de uma perda da forma que eu tive, ser julgado pela sociedade. Não pude ter ido nem ao enterro e nem a passeata que fizeram para ela, por medo de ser repudiado ou julgado.

Como você se sente hoje, com a morte da Mauriceia?

A partir do momento que soube da perda dela (Mauriceia), meu mundo já tinha desabado, porque a gente tinha tanto sonho, tanta coisa para conquistar, era pra ser amor para a vida inteira. Tínhamos planos para ter filhos e a partir do momento que eu perdi ela, para mim, meu mundo acabou.

Conforme a Polícia, a Mauriceia teria relatado a pessoas próximas que se sentia assediada por ele. Em algum momento você percebeu ou ela falou sobre isso?

Sim, ela comentou que era assediada por ele, e foi a partir desse momento que a gente tomou a providência de se mudar de casa. Foi aí que a gente alugou uma casa nas proximidades da onde a gente morava e fomos para lá.

Na sua opinião, o que pode ter motivado essa atitude dele?

Para mim o que mais motivou ele foi a inveja que ele tinha do nosso relacionamento, porque a gente tinha um relacionamento muito forte, tinha tudo do bom e do melhor, na medida do possível, porque a gente estava pronta e planejamos ter um filho, eu penso que o que motivou ele foi a inveja de não poder ter o que eu tinha, que era a Mauriceia.

É um caso que gerou muita repercussão e inclusive ameaças e julgamento. Como seguir com a vida depois disso tudo?

Para mim a vida segue e tem que seguir, porque não tem o que eu posso fazer para trazê-la de volta. Enquanto isso eu vou buscar os medicamentos e a justiça da lei e a justiça divina porque aqui se faz e aqui se paga, porque ninguém merece morrer da forma que ela morreu, porque ela era uma pessoa maravilhosa.

Leonardo, se você pudesse deixar uma mensagem para a Mauriceia, o que você falaria para ela?

Ela eu falaria que, sempre vou amar ela, eternamente, tanto é que fiz até uma tatuagem para homenagear ela, para demonstrar o tanto que ela era uma pessoa importante para mim, e eu sentia que seria para a vida inteira esse amor.

E para o seu irmão o que você falaria?

Só tenho que falar para ele que, se ele puder assumir tudo o que ele fez com ela é a melhor coisa que ele pode fazer, porque cada vez mais que ele fica mentindo mais dói para mim.

E você perdoaria, seu irmão?

Jamais ele teria meu perdão com o que ele fez comigo. O único perdão que ele pode ter é de Deus. Deus sabe o que vai fazer com ele e comigo. Se ele tiver que ter um perdão é de Deus, porque de mim ele jamais vai ter.

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