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Medicina e tecnologia

Telemedicina é utilizada no atendimento de vítimas na guerra da Ucrânia

A tecnologia viabiliza assistência médica aos pacientes em área de conflito e garante acesso aos serviços de saúde de última geração

• Atualizado

Jéssica Schmidt

Por Jéssica Schmidt

Imagem Ilustrativa | Foto: Freepik
Imagem Ilustrativa | Foto: Freepik

A telemedicina foi um importante recurso para promoção do acesso aos serviços de saúde durante a pandemia da Covid-19 em todo o mundo, sendo que no Brasil a prática foi ampliada e regulamentada para atender às demandas específicas do período.

Com essa experiência e ampliação do uso da telemedicina, observou-se o potencial para oferecer acesso e tratamento digno para todas as pessoas, especialmente em situações de adversidade.

Infelizmente, a guerra da Ucrânia é hoje um dos principais conflitos no mundo, sendo difícil estimar o número de vítimas devido à falta de informações.

Algumas fontes, como a ONU, estimam mais de 6,8 milhões de refugiados, sem contar os desabrigados ainda em zona de guerra. Fontes do governo ucraniano indicam perdas próximas a 100 soldados todos os dias no país, além dos feridos.

Do lado russo, dados de março não indicavam muitas perdas, entretanto, estimativas de outros países apontavam para mais de 15 mil soldados russos mortos no conflito.

O fato é que a guerra traz um cenário desolador de mortos, feridos, desabrigados e refugiados, de forma que encontrar alternativas para suporte médico adequado é fundamental.

Como a telemedicina é usada nessas situações?

A telemedicina consiste no suporte médico à distância, podendo ser usada no País para consultas, monitoramento de pacientes e telerradiologia, por exemplo.

Já havia ficado claro com a pandemia dos potenciais da telemedicina para suporte médico em situações adversas, como prestando assistência para pessoas em quarentena em navios, comunidades indígenas e ribeirinhas para diminuir à exposição e locais com menor infraestrutura de saúde.

Atualmente, entretanto, a modalidade de medicina tem sido empregada para assistência médica no conflito russo-ucraniano, com especial assistência à Ucrânia devido às condições do País em meio à guerra.

Centros médicos à distância

Um dos principais exemplos de emprego da telemedicina em meio aos conflitos na Ucrânia é a assistência prestada por centros médicos israelenses, com destaque ao Sheba Medical Center, em Tel Aviv.

Localizado à mais de dois mil quilômetros da zona de guerra, o hospital montou um centro de operações dedicado ao suporte às vítimas ucranianas.   

Trata-se de um dos centros médicos com aparato mais avançado do mundo, sendo capaz de monitorar exames físicos, ultrassonografias de pré-natal, monitoramento de sinais vitais, análises sanguíneas e outras.

Um fator importante é que, além dos pacientes que estão diretamente envolvidos no conflito, há um número significativo de civis feridos e também pessoas com demandas de saúde regulares, como pacientes com doenças crônicas, gestantes etc.

Além da infraestrutura israelense, o Médico Sem Fronteiras (MSF) tem uma extensa experiência de telemedicina em regiões de conflitos armados e também está dando suporte aos pacientes na zona de guerra ucraniana.

A instituição, presente em diversos países, está montando estruturas em países fronteiriços como Polônia, Moldávia, Hungria, Romênia e Eslováquia para atender ucranianos por meio do teleatendimento, além de atender refugiados que chegam diariamente às fronteiras.

Mesmo pessoas sem vínculo regular estão se unindo como voluntárias para dar assistência médica à distância aos ucranianos, como médicos que se uniram por meio da iniciativa ViveoCares Foundation  e Telemedi.

Aparato tecnológico em uso

Para viabilizar à assistência médica à distância, é necessário recorrer a um aparato tecnológico moderno. O item mais básico é o acesso à internet, que ainda continua disponível na Ucrânia, especialmente nos maiores conglomerados urbanos.

Além disso, é preciso que seja possível a comunicação em tempo real entre médicos voluntários e equipes locais de assistência aos pacientes, o que pode ocorrer por telefone ou videoconferências.

Entretanto, atualmente está em uso na Ucrânia aparatos tecnológicos mais modernos e eficientes para monitoramento em saúde, como:

  • Pulsenmore: consiste em um aparelho portátil de ultrassom que capta as imagens e as envia diretamente para o centro médico responsável;
  • TytoCare: permite o monitoramento em tempo real de pulmões, coração, boca, ouvidos, pele, temperatura corporal e níveis de saturação sanguínea;
  • Biobeat Medical Technologies: realiza o monitoramento em tempo real de sinais vitais, disponibilizando as informações para o médico remoto. 

Voluntários in loco e remotos

O uso da telemedicina em zonas de guerra depende diretamente da ação conjunta de voluntários in loco e remotos.

Um exemplo valioso dessa parceria entre equipes é a contribuição do cirurgião inglês David Nott, que foi para a Ucrânia no início do conflito treinar equipes locais para tratamento de ferimentos de guerra, especialmente os causados por explosões.

Após seu retorno ao Reino Unido, Nott recebeu uma mensagem do médico ucraniano Oleksandr que atendia um paciente, vítima de explosão.

Por meio de mensagens, Nott conseguiu orientar Oleksandr sobre o passo a passo da cirurgia, visto que ele nunca tinha feito o procedimento antes, e os médicos conseguiram salvar a perna do paciente.

Portanto, é a união de profissionais que viabiliza a assistência adequada aos pacientes em zona de guerra com uso da telemedicina.

Outras soluções em uso incluem a telerradiologia, para emissão de laudos radiológicos à distância, telemonitoramento, para conferência de sinais vitais e exames, e teleconsulta, para assistência aos pacientes locais.

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