Superlotação em UTIs infantis: SC prevê abertura de novos leitos
Informação foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde,
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Com quadros de superlotação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e pediátrica em hospitais de Santa Catarina, o Governo do Estado anunciou a abertura de 39 novos leitos destinados a crianças. As novas unidades devem ser disponibilizados para o sistema de saúde estadual de forma escalonada até o dia 30 de agosto.
A informação foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto em entrevista ao SCC SBT, nesta quarta-feira (13).
Confira a entrevista com o secretário de Saúde:
Veja o mapa de leitos de UTI Pediátrico SUS
As macrorregiões da Grande Florianópolis, Grande Oeste, Meio Oeste e Serra Catarinense, Sul e Vale do Itajaí estão com a taxa de ocupação dos leitos de UTI pediátrico em 100%. O Planalto Norte e Foz do Rio Itajaí estão com a capacidade em 94,44% e 93,33%, respectivamente. Em todo o estado, dos 116 leitos pediátricos ativos, há 113 ocupados e três disponíveis. Já os leitos neonatais, há 188 ativos, sendo que 182 estão ocupados e seis disponíveis. Os leitos vagos estão apenas no Planalto Norte catarinense.
Veja o mapa de leitos de UTI Neonatal SUS
Em menos de um mês, duas crianças morrem em hospital superlotado
Há pouco mais de um mês, uma família de Santa Catarina passou por um dos momentos mais delicados e tristes após a morte da filha de dois meses, enquanto aguardava um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Maria Sofia morreu no dia 11 de junho, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
A repórter do SCC SBT Morgana Fernandes conversou, na manhã desta quarta-feira (13), com Samara Ester dos Santos, mãe da Maria Sofia, que relatou o drama que viveram. De acordo Samara, a filha havia sido diagnosticada com bronquiolite, uma infecção que ocorre por um vírus nos bronquíolos, que leva oxigênio até os pulmões, causando dificuldade para respirar. A doença atinge principalmente crianças de até dois anos de idade, conforme a Veja Saúde.
“Ia fazer um mês que ela estava nessa ida e volta do hospital com bronquiolite. A primeira vez a gente conseguiu ir para UTI foi porque deu parada respiratória, ela saiu bem, foi pro quarto, mas saiu cansadinha ainda. A gente foi para casa, no entanto, de madrugada a gente voltou, pois, ela estava com falta de ar. Ela foi para a emergência na quarta-feira, quando não tinha mais UTI”, contou Samara.
Samara conta ainda que os profissionais do hospital informaram que ela precisava ir para emergência, pois o bebê precisava de um respirador.
“Ela foi piorando, fui vendo a situação da minha filha e não podia fazer nada. Teve uma hora que eu estava segurando minha filha, ela olhou fundo para mim, respirou e parou. Eu chamei Sofia e ela voltou. Até que eles pediram para eu sair dali e não vi mais a minha filha viva”.
Ainda conforme Samara, a vaga na UTI para a filha chegou somente após o falecimento da criança.
“Eles têm médicos maravilhosos, que fazem de tudo que podem, mas não tem suporte nenhum. Eles tentaram de tudo e não deu a vaga na UTI. Quando ela estava quase morrendo, eles conseguiram a vaga, só que não precisava mais, eu já tinha perdido ela”.
Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou na época, que as causas da morte do bebê estavam sendo investigadas. Por isso, não havia qualquer confirmação de que o lamentável fato tenha ocorrido em decorrência da não transferência do paciente à UTI.
Segunda morte
Uma criança morreu no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, na madrugada de segunda-feira (11). Este é o segundo caso que ganha repercussão em um mês, em um contexto de superlotação dos hospitais de Santa Catarina.
Na Grande Florianópolis, por exemplo, os leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) neonatal, pediátrica e adulto estão com 100% ocupação. Em todo o estado, há 31 leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) disponíveis: um no pediátrico, cinco no neonatal e 25 no adulto.
A Secretaria de Estado da Saúde informou à equipe do SCC10, por nota, que a criança chegou à unidade de saúde em estado muito agravado e foi levada diretamente para o atendimento de sala vermelha. Segundo a nota, a criança não foi encaminhada ao leito de UTI, porque precisava de cuidados emergenciais e estabilização. Esta é uma conduta feita com pacientes em estado grave, que antes de serem encaminhados para o leito necessário, são atendidos direto na emergência para estabilização. Confira aqui a nota na íntegra.
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