Santa Catarina enfrenta aumento alarmante de casos de dengue em 2024
Santa Catarina está enfrentando uma situação preocupante em relação à dengue neste ano de 2024. Com um total de 231 óbitos confirmados
• Atualizado
De acordo com o último informe epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), Santa Catarina está enfrentando uma situação preocupante em relação à dengue neste ano de 2024. Com um total de 231 óbitos confirmados em decorrência da doença e outros 66 casos em investigação pela Secretaria Municipal de Saúde com apoio da SES.
Um dado que chama atenção é o aumento de 157,53% nos casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 324.145 casos registrados em todo o estado.
Segundo João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE, a população desempenha um papel fundamental no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “A principal medida de prevenção contra essas doenças, é a eliminação de possíveis criadouros do mosquito, que são os locais com água parada. E a grande maioria está dentro das residências”, destaca.
Para conter a proliferação do mosquito, a DIVE recomenda que as pessoas dediquem pelo menos 10 minutos diários para a limpeza de seus quintais, casas e ambientes de trabalho, a fim de eliminar possíveis criadouros.
A partir desta semana, os informes epidemiológicos passam a ter periodicidade quinzenal, devido à estabilidade dos números de casos e óbitos. No entanto, o painel de monitoramento das arboviroses continua fornecendo dados atualizados diariamente.
Brasil lidera ranking mundial de casos de dengue
Com quase 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, sendo mais de 3 milhões confirmados em laboratório, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de países com maior número de notificações da doença em 2024. Em seguida estão Argentina, com 420 mil casos prováveis; Paraguai, com 257 mil casos prováveis; e Peru, com quase 200 mil casos prováveis.
Dengue no mundo
Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já contabiliza este ano um total de 7,6 milhões de casos prováveis de dengue em todo o mundo, sendo 3,4 milhões confirmados em laboratório. O painel de monitoramento da entidade aponta ainda mais de 3 mil mortes provocadas pela doença. Atualmente, 90 países registram transmissão ativa de dengue.
“Embora um aumento substancial de casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na região das Américas, onde o número de casos ultrapassou 7 milhões no final de abril, ultrapassando os 4,6 milhões de casos registrados em todo o ano de 2023”, destacou a OMS.
A entidade alerta ainda que todos os quatro sorotipos de dengue foram detectados nas Américas este ano. Segundo a OMS, pelo menos seis países da região – Brasil, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México e Panamá – já reportaram casos de circulação simultânea de todos os quatro sorotipos.
“Além disso, muitos países endêmicos não dispõem de mecanismos robustos de detecção e notificação, o que faz com que o verdadeiro fardo da dengue a nível mundial seja subestimado. Para controlar a transmissão de forma mais eficaz, é necessária uma vigilância robusta da dengue em tempo real.”
Vacinação
Para a organização, a vacina contra a dengue deve ser vista como parte de uma estratégia integrada para o combate à doença e que inclui também o controle de vetores, a gestão adequada dos casos e o envolvimento comunitário. “A OMS recomenda o uso da TAK-003, única vacina disponível, em crianças de 6 a 16 anos em locais com alta intensidade de transmissão de dengue”.
A vacina a que a entidade se refere é a Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e atualmente utilizada no Brasil. O imunizante começou a ser aplicado na rede pública de saúde em fevereiro deste ano. Em razão da quantidade limitada de doses a serem fornecidas pelo próprio fabricante, a vacinação é feita apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Outras arboviroses
Dados da OMS mostram uma sobreposição de casos de dengue, chikungunya e zika – todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e com sintomas semelhantes o que, segundo a entidade, pode resultar em diagnósticos equivocados. “Dados de vigilância durante grandes surtos de suspeita de dengue podem incluir erroneamente casos de uma ou de ambas as outras doenças.”
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