Os riscos de meninas cuidarem da pele por conta própria

O uso de produtos inadequados pode trazer consequências. Fórmulas destinadas à prevenção e ao combate de rugas, por exemplo, com ativos como ácidos, retinoides e até mesmo antioxidantes em grandes concentrações ou clareadores, podem machucar e fotossensibilizar o tecido, provocando manchas, queimaduras, vermelhidão, coceiras, fissuras e acne.   

Isso acontece porque a pele das crianças é mais fina e sensível, pois sua barreira de proteção ainda não está completamente formada. O tecido só se aproxima do de um adulto por volta dos 12 anos. Assim, quanto mais nova a pessoa for, maior é o grau de absorção de qualquer produto.

É por isso que as crianças são mais predispostas à sensibilização, que pode ser desencadeada por algum ingrediente e levar a reações alérgicas em curto, médio e longo prazo. E quanto mais cedo ocorre a exposição a esses componentes, maior é o risco de provocar uma reação ao longo dos anos. 

Outro problema é que o uso desses produtos pode levar à exposição dos chamados disruptores endócrinos, substâncias químicas que podem estar presentes em algumas fórmulas e mimetizar ou interferir na ação dos hormônios, afetando o equilíbrio hormonal do corpo.

Quais cosméticos uma criança pode usar?

Os produtos que de fato devem fazer parte do nécessaire dos jovens a partir dos 10 anos, em média, é um sabonete, de preferência neutro e na forma de gel ou loção; uma loção tônica, que equilibra o pH e repõe os nutrientes do tecido, e um hidratante leve, que devem ser utilizados de manhã e à noite; além de um protetor solar. 

Existe uma grande variedade de produtos disponíveis para essa faixa etária, tanto de marcas industrializadas quanto em farmácias de manipulação.

Por isso, é importante consultar um dermatologista para saber qual é a melhor opção para cada caso. Se for necessário, o profissional vai receitar fórmulas específicas para quadros como acne ou dermatite atópica. 

Outro cuidado importante que os pais devem ter é fazer um monitoramento para que as meninas não utilizem produtos sem orientação. Também é essencial verificar se tanta preocupação com a aparência e os cuidados com a pele não podem ser sinal de alguma questão psicológica. 

A pressão para prevenir sinais de envelhecimento, antes mesmo de eles surgirem, pode reforçar ideais inalcançáveis de estética e impactar negativamente na autoestima e no desenvolvimento psicossocial da criança.

*Com informações do Hospital Israelita Albert Einstein.

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