Médico alerta sobre descaso e “colapso iminente” da maternidade do HU
Médico publicou alerta nas redes sociais; HU se pocionou sobre a situação
• Atualizado
Em uma publicação nas redes sociais, o médico Luiz Fernando Sommacal, do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), fez um desabafo sobre a situação da maternidade da unidade. No texto, o profissional alerta para a situação e chama a atenção para o “colapso iminente do Serviço de Residência Médica e do funcionamento da maternidade por falta de condições físicas e de profissionais”, e afirma haver risco grave às gestantes e fetos.
De acordo com o médico, a maternidade teve redução no quadro de funcionários e vem realizando cerca de 250 partos mensais, número superior ao dobro do projetado, de 100 partos mensais. “Não há previsão de concursos e tampouco interessados em trabalhar nas condições que o serviço se encontra. Os sucessivos governos vem desmontando o SUS e os hospitais universitários sofrem diretamente com a política de industrialização da medicina e investimentos em medicina privada. Espero que os órgãos competentes principalmente o Conselho Regional de Medicina tome uma atitude diante deste cenário lamentável que nos encontramos”, diz o médico.
Procurado pela reportagem, o médico informou preferir não se manifestar além da publicação em sua rede social.
Posicionamento do HU
Em nota, o Hospital Universitário informou que possuí capacidade de 150 partos por mês e, desde o final de 2021, vem registrando um aumento na demanda na ordem de 60% por mês e que desde então, a direção do HU vem fazendo uma série de gestões junto ao Ministério Público Federal, às secretarias Estadual e Municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina. “Foram feitos alertas às autoridades responsáveis pela regulação de pacientes na rede, sendo que todos estes contatos estão devidamente documentados”, diz a nota.
Segundo o HU, o Hospital possui compromisso contratualizado de atender 4.500 casos de emergência, sendo pediátrica, obstétrica e adulto, por mês e desde janeiro deste ano estão sendo atendidos uma média de 5,8 mil pacientes, sendo que 25% destes são gestantes. “Além de alertar os órgãos públicos sobre a situação, o Hospital providenciou pagamento de horas extras para garantir a equipe necessária para este aumento da demanda e, respeitando as exigências legais, convocou profissionais concursados.
CRM se manifestou sobre o caso:
Citado pelo médico, O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) afirmou em nota que acompanha com atenção a situação do Hospital Universitário. “A autarquia fez uma reunião com diretores do hospital e com representantes do serviço de obstetrícia no início da semana para levantar informações sobre o caso.
Há sobrecarga de trabalho sobre os médicos que atuam na unidade”, diz o documento.
“Agora, o CRM-SC discute ações que podem ser sugeridas às autoridades responsáveis para garantir a qualidade no atendimento à população e, ao mesmo tempo, que solucionem as deficiências identificadas”, informou o Conselho.
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