“Fui vendo a situação da minha filha e não podia fazer nada”, diz mãe de bebê que morreu no Hospital Infantil
Maria Sofia morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, no dia 11 de junho
• Atualizado
Com informações de Morgana Fernandes
Há pouco mais de um mês, uma família de Santa Catarina passou por um dos momentos mais delicados e tristes após a morte da filha de dois meses, enquanto aguardava um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Maria Sofia morreu no dia 11 de junho, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
A repórter do SCC SBT Morgana Fernandes conversou, na manhã desta quarta-feira (13), com Samara Ester dos Santos, mãe da Maria Sofia, que relatou o drama que viveram. De acordo Samara, a filha havia sido diagnosticada com bronquiolite, uma infecção que ocorre por um vírus nos bronquíolos, que leva oxigênio até os pulmões, causando dificuldade para respirar. A doença atinge principalmente crianças de até dois anos de idade, conforme a Veja Saúde.
“Ia fazer um mês que ela estava nessa ida e volta do hospital com bronquiolite. A primeira vez a gente conseguiu ir para UTI foi porque deu parada respiratória, ela saiu bem, foi pro quarto, mas saiu cansadinha ainda. A gente foi para casa, no entanto, de madrugada a gente voltou, pois, ela estava com falta de ar. Ela foi para a emergência na quarta-feira, quando não tinha mais UTI”, contou Samara.
Samara conta ainda que os profissionais do hospital informaram que ela precisava ir para emergência, pois o bebê precisava de um respirador.
“Ela foi piorando, fui vendo a situação da minha filha e não podia fazer nada. Teve uma hora que eu estava segurando minha filha, ela olhou fundo para mim, respirou e parou. Eu chamei Sofia e ela voltou. Até que eles pediram para eu sair dali e não vi mais a minha filha viva”.
Ainda conforme Samara, a vaga na UTI para a filha chegou somente após o falecimento da criança.
“Eles têm médicos maravilhosos, que fazem de tudo que podem, mas não tem suporte nenhum. Eles tentaram de tudo e não deu a vaga na UTI. Quando ela estava quase morrendo, eles conseguiram a vaga, só que não precisava mais, eu já tinha perdido ela”.
Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou na época, que as causas da morte do bebê estavam sendo investigadas. Por isso, não havia qualquer confirmação de que o lamentável fato tenha ocorrido em decorrência da não transferência do paciente à UTI.
Mais uma criança morre no Hospital Infantil de Florianópolis
Uma criança morreu no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, na madrugada de segunda-feira (11). Este é o segundo caso que ganha repercussão em um mês, em um contexto de superlotação dos hospitais de Santa Catarina.
Na Grande Florianópolis, por exemplo, os leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) neonatal, pediátrica e adulto estão com 100% ocupação. Em todo o estado, há 31 leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) disponíveis: um no pediátrico, cinco no neonatal e 25 no adulto.
A Secretaria de Estado da Saúde informou à equipe do SCC10, por nota, que a criança chegou à unidade de saúde em estado muito agravado e foi levada diretamente para o atendimento de sala vermelha. Segundo a nota, a criança não foi encaminhada ao leito de UTI, porque precisava de cuidados emergenciais e estabilização. Esta é uma conduta feita com pacientes em estado grave, que antes de serem encaminhados para o leito necessário, são atendidos direto na emergência para estabilização. Confira aqui a nota na íntegra.
Secretário de Saúde fala sobre morte de criança no Hospital Infantil
Veja o mapa de leitos de UTI Pediátrico SUS
Veja o mapa de leitos de UTI Neonatal SUS
>>> PARA MAIS NOTÍCIAS, SIGA O SCC10 NO TWITTER, INSTAGRAM E FACEBOOK
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO