Febre maculosa: tudo que você precisa saber sobre a doença
Foram registrados 10 casos com 5 óbitos em São Paulo neste ano. Uma outra morte suspeita é investigada
• Atualizado
O Instituto Adolfo Lutz confirmou a morte da dentista e biomédica Mariana Giordano, de 36 anos, e do namorado, o piloto de automobilismo Douglas Costa, de 42 anos, por febre maculosa. Ambos faleceram na última quinta-feira (8), poucos dias após apresentarem febre, manchas no corpo e dores de cabeça.
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O local provável de infecção do casal foi a Fazenda Santa Margarida, no Distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP), onde estiveram no mesmo evento que uma mulher de 28 anos, de Hortolândia, que apresentou os mesmos sintomas e morreu na mesma data dos dois. O caso dela também é investigado pelo Instituto Adolfo Lutz.
Segundo o governo de São Paulo, em 2023, foram registrados 10 casos de febre maculosa com 5 óbitos.
Saiba o que é a doença, como ela é transmitida e como evita-lá;
Como é transmitida?
A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato-estrela ou micuim (formas jovens do carrapato), que podem ser encontradas em área de vegetação e em animais. As capivaras costumam ser os principais hospedeiros, contudo, o carrapato-estrela também pode ser encontrado em cavalos, bois, gambás, coelhos e animais de estimação expostos a locais com mata.
A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. No Brasil, há duas espécies da bactéria causadora da doença: a Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da região Sudeste; e a Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves.
Sintomas
Os principais sintomas da Febre Maculosa são febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.
Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Diagnóstico
O diagnóstico é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia. No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará onde você mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato, ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.
Por isso é importante que o médico sempre pergunte ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara ou algum outro animal hospedeiro.
Tratamento
O tratamento da febre maculosa é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico, empregados por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa.
Como prevenir a febre maculosa
A única forma de se prevenir da doença é evitar o contato com o carrapato. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde há exposição a carrapatos:
- Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
- Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
- Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
- Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
- Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
- Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
- Não esmague o carrapato com as unhas, pois pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
- Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.
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