Dengue é a doença tropical negligenciada que mais afeta SC
São diversas as doenças tropicais negligenciadas, podendo variar amplamente os problemas causados por elas
• Atualizado
Para o calendário da saúde, neste dia 30 de janeiro, é considerado o dia das doenças tropicais negligenciadas, que são um grupo de doenças infecciosas que afetam principalmente as populações em regiões tropicais e subtropicais. Elas são caracterizadas, também, pela falta de investimento em pesquisa, diagnóstico, prevenção e tratamento. É o que explica a médica infectologista do Hospital Baía Sul, Renata Zomer.
São diversas as doenças tropicais negligenciadas, podendo variar amplamente os problemas causados por elas. Segundo a dra. Renata, neste momento, em Santa Catarina, a dengue persiste como uma preocupação de extrema relevância para o sistema de saúde.
“A proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, é um desafio contínuo em várias partes do Estado. Por isso, medidas de prevenção como eliminar água parada, coletar adequadamente o lixo e promover a vacinação quando aplicável, continuam sendo essenciais para conter a propagação da dengue e proteger a saúde pública em Santa Catarina”, alerta a infectologista.
Outras doenças
Além disso, outras doenças tropicais, como a doença de chagas, a leishmaniose visceral e a febre amarela, também podem ser preocupações em algumas áreas específicas de Santa Catarina. “Conscientização, vigilância epidemiológica e a vacinação adequada (no caso da febre amarela) desempenham papéis fundamentais na prevenção de surtos dessas doenças e na preservação da saúde das comunidades do nosso Estado. Portanto, é vital redobrar os cuidados em relação a todas essas doenças tropicais, levando em consideração o contexto epidemiológico específico de nossa região”, afirma a médica.
Ainda de acordo com dra. Renata, a periculosidade das doenças tropicais negligenciadas pode variar de acordo com a doença e o contexto. “No entanto, em termos de morbidade e mortalidade, a doença de chagas é uma preocupação significativa no Brasil e em várias regiões da América Latina. A leishmaniose visceral e a febre amarela também são fontes de preocupação, especialmente em áreas endêmicas”, explica.
No Brasil, algumas doenças tropicais negligenciadas de importância são:
Doença de Chagas: Causada pelo parasita Trypanosoma Cruzi, a Doença de Chagas é transmitida por insetos conhecidos como “barbeiros.” Ela é endêmica em várias partes do Brasil. Menos comum no Sul do país, mas em 2005 houve um surto de Chagas agudo em Santa Catarina.
Leishmaniose: Existem diferentes formas de leishmaniose no Brasil, incluindo a leishmaniose visceral e a leishmaniose tegumentar, ambas com ocorrência em várias regiões do país, incluindo a região Sul. É importante lembrar que a visceral pode ser fatal e a tegumentar geralmente não é, mas pode deixar lesões permanentes em mucosas e pele, inclusive com deformidades.
Esquistossomose: Embora seja mais comum em áreas do nordeste do Brasil, também ocorrem casos de esquistossomose em outras regiões, incluindo o Sul, devido a fatores como migração e viagens.
Hanseníase: Também conhecida como lepra, a hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. O Brasil ainda é um dos países com um alto número de casos dessa doença. Embora não seja mais uma doença altamente contagiosa e tenha cura com tratamento adequado, a estigmatização social ainda é um problema enfrentado pelas pessoas afetadas pela hanseníase.
Febre Amarela: Apesar de que a vacinação tenha reduzido significativamente a incidência da febre amarela no Brasil, a doença pode ser fatal, e ainda ocorre em algumas áreas, especialmente nas regiões de mata atlântica e cerrado. Também há casos registrados em Santa Catarina.
Malária: A malária é causada pelo parasita Plasmodium e é transmitida pela picada de mosquitos infectados. Ela afeta várias regiões do Brasil, especialmente na Amazônia. Pode ser diagnosticada no Sul por conta dos viajantes e turistas.
Prevenção e controle
Apesar de distintas, existem cuidados em comum que podem ser aplicados na prevenção e controle para todas as patologias, como a promoção de melhores condições de saneamento básico e acesso à água potável; Uso de medidas de controle de vetores, como mosquiteiros tratados com inseticidas; Uso de repelente; Vacinações em dia; Como medidas ambientais, evitar entulhos e água parada; Educação em saúde para conscientização das comunidades afetadas; e Vigilância epidemiológica para identificação e monitoramento de casos.
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