Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim: conheça os contos e histórias de Santa Catarina
Reaberta à visitação, a Ilha oferece uma visita ao passado de quase 300 anos
• Atualizado
A fortaleza que guarda quase trezentos anos de história narra uma parte do passado de Santa Catarina e carrega uma arquitetura que sobrevive ao tempo das guerras e conflitos territoriais. Localizada na Ilha de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos, sua construção iniciou em 1739, se tornando a principal fortificação e sistema de defesa.
Junto a outras duas fortificações, a de São José da Ponta Grossa (1740) e a de Santo Antônio (1740), formava-se um triângulo de defesa que protegiam o acesso à Barra Norte. Todas foram idealizadas pela mesma pessoa, o português José da Silva Paes, que acabou governando a região e residiu durante um tempo na primeira fortaleza.
A fortaleza oferece um passeio a vários locais, onde os acessos são por pequenas trilhas. Em alguns ambientes é permitida a entrada, mas em outros ainda se mantém fechado. A cada parada se conhece um pouco mais do que teria acontecido naquele local há alguns anos atrás. Mas a Ilha também é cheia de lendas e segredos que não se confirmam e nem se desmentem, apenas são carregados de geração em geração por quem mora ou passa por ali.
Casa do Comandante
Construída a partir de 1739, a Casa do Comandante era o local onde residia o governador Brigadeiro José da Silva Paes. No andar de cima ficavam seus aposentos e embaixo, no térreo, eram os quartos dos oficiais, calabouço e guarda da fortaleza. O local passou por uma restauração por volta da década de 1980 e não possui móveis na parte interna, apenas um vasto espaço entre os cômodos e janelas.
Árvore dos Enforcados
O nome que pode assustar ou instigar revisita a memória dos massacres cometidos dentro da Ilha. A árvore em questão é um araçazeiro com mais de dois metros e com galhos que se esticam como se quisessem abraçar o topo mais alto. Em torno dela, encontram-se pedras que tentam formar um círculo. Não se sabe ao certo quem ou quantas pessoas teriam sido enforcadas ou fuziladas neste local.
Tornando-se parte do folclore da Ilha, a árvore pode ser apenas uma representação simbólica que desperta o imaginário de quem passa por ali.
Calabouço
Pouco antes de chegar até a Árvore dos Enforcados é possível ver o espaço onde seriam os calabouços. São estruturas que intimidam pelo seu vasto tamanho. As paredes rígidas parecem espremer pequenas janelas que deixam um pouco de luz atravessar o caminho.
O lugar servia como prisão para militares, civis, prisioneiros de guerra e políticos. Até mesmo os soldados ficavam um tempo por ali quando não respeitavam o regimento e agiam com indisciplina.
Canhões
A fortaleza se expressa também em seu poder bélico. Ao redor da Ilha encontram-se os canhões desgastados pelo tempo, mas ainda apontados para o lado de fora como se esperassem pelo próximo ataque.
O modelo é um canhão inglês de ferro fundido datado do século XVIII que pesa em média quase trezentos quilos. O alcance e os efeitos dependiam bastante das condições apresentadas, quanto mais longa a distância menores eram os danos e a precisão do alvo. De acordo com um levantamento feito por volta de 1786, a fortaleza possuía 57 peças de artilharia, sendo 38 canhões de ferro e 19 de bronze, com calibres variando de 2 a 24 libras.
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Assista à reportagem sobre a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim
Como chegar até lá?
Para chegar até a Ilha de Anhatomirim é necessário pegar uma escuna que faça o trajeto. Ao todo são 20 escunas autorizadas a fazer o passeio e navegar por essa área de proteção ambiental. Para saber algumas, clique aqui.
O passeio vai depender da escolha do roteiro, podendo incluir paradas para banho no mar, por exemplo, e custará em média R$130. Há também uma taxa de visitação de R$16 por pessoa que é paga ao chegar na Ilha e, por enquanto, é feita somente em dinheiro. Crianças de até 6 anos e idosos acima dos 60 anos não pagam essa taxa. E para saber os horários de funcionamento da Ilha, clique aqui.
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