Pobreza menstrual em SC: falta de acesso a absorvente impacta na vida de mulheres
Dados da UNICEF apontam que mais de 60% de adolescentes, de todo Brasil, já deixaram de ir à escola, ou para outro lugar, por conta da menstruação
• Atualizado
Imagine a seguinte situação: você, mulher, ficar menstruada e não ter absorvente para usar. Ter que sair de casa para ir ao trabalho ou para a escola e não conseguir ir. Esse é um problema comum para muitas meninas e mulheres. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que mais de 60% de adolescentes e jovens, em todo Brasil, já deixaram de ir à escola, ou para outro lugar, por conta da menstruação.
O presidente Jair Bolsonaro vetou trechos da nova lei que previa a oferta gratuita de absorventes femininos e outros cuidados básicos de saúde menstrual. A decisão exclui a previsão de que o item seja distribuído sem custos a estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. Ao justificar o corte da distribuição gratuita, Bolsonaro argumentou que, embora seja “meritória a iniciativa do legislador”, a proposta não indicaria uma “fonte de custeio ou medida compensatória”.
Os vetos acabam ainda com a ideia de distribuir gratuitamente os absorventes entre mulheres apreendidas e presidiárias, recolhidas em unidades do sistema penal, além de mulheres internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.
Ao divulgar uma nota sobre suas decisões, o governo afirmou que a lei cria um programa que constitui “estratégia para promoção da saúde e atenção à higiene feminina e tem por objetivos combater a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessários ao período da menstruação feminina, ou a falta de recursos que possibilitem a sua aquisição, bem como oferecer garantia de cuidados básicos de saúde e desenvolver meios para a inclusão das mulheres em ações e programas relacionados ao tema”
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Segundo o governo, esse programa será implementado de forma integrada entre todos os entes federados, mediante atuação, em especial, das áreas de saúde, de assistência social, de educação e de segurança pública. “Além disso, incumbirá ao Poder Público promover campanhas informativas e de conscientização da população acerca da importância do tema.”
** Com informações do Estadão Conteúdo.
Projeto “Menstruação Sem Tabu” tramita em SC
Em Santa Catarina, tramita um projeto da Deputada Ada de Luca (MDB) que busca criar uma política pública para que haja conscientização acerca do tema, através de palestras e cursos nas escolas, entendendo o ciclo menstrual como um processo natural do corpo feminino e a distribuição gratuita de absorventes higiênicos femininos pelo poder público.
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