“Vou ser protagonista nesta eleição” afirma Claudia Bratti, pré-candidata à prefeita de Lages
A pré-candidata participou de uma entrevista na Rádio Clube nesta quarta-feira (19)
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Dando continuidade nas entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Lages, nesta terça-feira (19), a entrevistada foi a advogada Claudia Bratti (PT).
O que te fez decidir disputar como pré-candidata à prefeitura de Lages?
A nossa disponibilidade, a nossa formação, a nossa qualificação, a nossa vivência da nossa trajetória profissional durante os vinte e dois anos de associativismo municipal, de Amures, o nosso trabalho como controladora, como procurador de município. A gente tem uma experiência bastante significativa na área da governança pública e também o fato de a gente ser mulher, nós precisamos de mais mulheres na política. Então, a gente vem com essa missão de trazer essa possibilidade de mais mulheres na política.
Mesmo que nos bastidores, quanto tempo faz que a senhora está envolvida na política?
A gente praticamente cresceu dentro da política. Quando eu iniciei na Amures, a gente passou por todos os cargos dentro da entidade, iniciando como uma simples secretária até chegar ao cargo de executiva da Associação de Municípios.
É fato que o PT em Lages não costuma conseguir muitos votos, seria um trabalho dobrado conquistar o voto do povo lageano e mudar essa história através do Partido dos Trabalhadores. Qual o caminho para mudar esta realidade na eleição municipal?
Nós temos sim essa confiança, até porque hoje nós estamos em um outro momento, nós estamos hoje sobre o efeito do governo Lula, com inúmeros fatores que trouxeram a melhoria da qualidade de vida para a população. Então, a gente conta que o Lula fez trinta e dois mil votos em Lages, assim como Décio Lima fez vinte e nove mil votos e foram aqueles votos fidelizados. Acredito também que hoje o município de Lages clama por uma renovação, mas uma renovação significativa e qualificada, que realmente tenha essa missão e o dever de fazer a diferença hoje pelo município. A gente quer significar para o município de Lages a mudança de verdade. Prefeito municipal não é lugar de aventura, então a gente tem que ter o compromisso de ter o conhecimento, conhecer a engrenagem da máquina pública, entender dos novos conceitos de governança pública, de transparência, porque nós precisamos dar mais transparência hoje na gestão, precisa de uma gestão didática pedagógica para clarear o nosso cidadão, a nossa população lageana, de como funciona essa máquina pública.
O Partido dos Trabalhadores tem conseguido novos nomes, pessoas novas e principalmente mulheres para integrar o partido?
Temos sim. Estamos já com uma chapa fechada de dezessete nomes, temos seis mulheres, inclusive seis candidaturas na questão racial, temos duas mulheres negras que eu espero colocar uma mulher negra no legislativo municipal no ano que vem. Nós temos hoje uma chapa diversificada, nós temos farmacêuticos, professores, servidor público, assistente social, empresário. Então, nós estamos com um time muito bom e muito qualificado.
A pré-candidata falou sobre a máquina pública e a gente sabe que na visão do governo PT, ele é um governo que visa o apoio do estado junto à sociedade ou até mesmo a iniciativa privada, então normalmente há um aumento da máquina pública na presença dele. Em Lages, você estuda isso também?
A gente estuda dentro de uma proposta de plano de governo que a gente está baseando, por uma equipe também bastante formada de conhecimentos. Em relação à máquina administrativa a gente pensa na otimização dos recursos, é preciso rever, analisar onde estão os gargalos, os gastos. A gente sabe das dificuldades que tem, mas nós precisamos entender que a peça principal hoje é o servidor público, ele é que faz a máquina administrativa funcionar. Então, isso vai passar por um diagnóstico, a gente tem que entender o que a gente vai receber, depois de ter esse entendimento a gente tem que ter diálogo com o servidor público, porque é ele quem faz a máquina funcionar, é ele que dá o resultado dos nossos impostos investidos e vamos ter sim uma revisão geral daquilo que realmente for necessário
Sobre coligações com partidos, existe essa conversa? Como estão as negociações? Já existem alguns diálogos, já fomos procurados, a gente está avaliando. No momento, o PT quer ser protagonista, então nós vamos até o final das convenções com o nome como protagonista do partido.
E sobre o vice, já tem conversa? Quem seria o vice? Qual partido?
Nós temos alguns partidos que nos procuraram e temos também nomes próprios dentro da própria sigla, isso tudo a gente vai resolver no período de convenção, junto com o diretório.
Quais seriam os partidos com mais afinidade com o PT para entrar neste projeto?
Nesse projeto nós já temos uma federação de partidos, PV e PCdoB, que já estão juntos. Com os demais partidos a gente teria normalmente com os partidos que costumam ser ditos mais alinhados à esquerda, o que hoje eu também acho que a gente precisa modificar esses pensamentos. Sigla é apenas uma sigla, o que importa são as ideologias, os interesses e até a própria causa que a gente luta para a população.
O que a senhora pensa sobre a nossa cidade, o que tem que mudar para a cidade melhorar?
Nós temos uma belíssima cidade. A nossa cidade é boa, boa de viver, foi a terra que eu escolhi para viver. Nós precisamos sim de melhorias e para isso nós precisamos de uma gestão dinâmica, com criatividade. Com boa vontade nós temos muito a melhorar, principalmente visitando os bairros, eu visitei os bairros, nós temos 69 bairros em Lages, o centro é apenas um deles. Quem não transita pelos bairros não tem o sentimento de pertencimento da cidade e a gente precisa identificar a problemática de cada um. Hoje os nossos bairros estão bastante desassistidos e precisam de uma atenção especial. Aquele olhar carinhoso de ir lá identificar o problema e propor uma solução junto à comunidade.
Nas suas visitas nos bairros, o que a senhora vê? O que falta?
Nós precisamos de estrutura, de pavimentação, nós precisamos na área do lazer, na área também do próprio atendimento na saúde, a gente precisa de uma revisão nos postos de saúde, essa administração futura precisa descentralizar.
Se a pré-candidata for eleita, qual seria a primeira ação como prefeita de Lages?
A primeira ação é fazer o diagnóstico, saber o que estou recebendo, identificar todas as demandas, ter o diálogo interno com os servidores, conversar com a comunidade, trabalhar com orçamento participativo, dialogar com a comunidade e com a associação de moradores, ver o que os bairros vivem e trazer isso para dentro da gestão.
Se eleita, a senhora teria um bom acesso ao governo federal para trazer recursos?
Total! É fundamental que nós do município de Lages tenhamos essa mão dada com o governo federal, nós temos um orçamento engessado, com dívidas, temos limitações e aquilo que a gente precisa de obras e infraestruturas isso só o governo federal pode fazer. Teremos com certeza o total apoio do governo federal.
Já tratando do governo do estado, como será essa relação?
Acredito que teremos muito diálogo, porque o governador tem as atribuições dele e eu terei as minhas no executivo municipal, então não tem como não haver diálogo. Ele tem as responsabilidades e compromissos dele como governo do estado e a nossa enquanto governo municipal. O diálogo vai ser sempre permanente.
O governo do PT costuma ter muita ação na assistência social, aqui em Lages temos muitas discussões sobre os moradores em situação de rua, o pessoal relata um “problema” que a sociedade enfrenta sobre isso. A pré-candidata já teria ideia de como tratar esse tema?
Temos sim, eu acho que a gente não pode esquecer que essa população de rua também são seres humanos, a gente não pode escondê-los embaixo do tapete como se fosse uma sujeira. Então nós temos sim, acho que devemos compartilhar esse trabalho que já vem sendo feito por algumas entidades e também pela assistência social e tentar fazer esse resgate deles. Não é uma tarefa fácil, mas nós temos que nos preocupar com eles, não apenas com a segurança deles, mas também com a da população que reclama sobre isso. A gente tem que reinserir esse pessoal mais jovem no mercado de trabalho e os mais idosos reinserir se aproximar das famílias. Devemos garantir que eles tenham alimentação e conversar com a assistência social para procurar fazer o melhor por eles.
Como a pré-candidata pensa em administrar a cidade sabendo de toda a dívida existente?
Primeiro precisamos identificar qual é a origem dessa dívida. É preciso entender no orçamento público que essa dívida não é só de uma gestão, que ela já vem de vários mandatos, são vários gestores que deixaram essa dívida nesse valor. Precisamos diagnosticar, ver de onde veio esses 110 milhões, procurar “enxugar” e ver alguma possibilidade de, conforme o tipo de dívida, se dá de fazer alguma negociação.
A senhora é favorável a fazer empréstimos para pavimentação de ruas, como foi feito nesta administração?
Se for necessário. Mas, refere-se sobre a importância do governo federal presente na gestão. Porque não tem recurso no orçamento público para obras de infraestrutura, exceto através de emendas parlamentares, por isso reforço a importância do governo federal para que a gente tenha apoio financeiro, para buscar esses recursos para obras de infraestrutura no município.
Como a pré-candidata pensa em resolver a questão do Lages Previ, teria alguma ideia para isso já?
O regime de previdência do município se tornou uma pedra no sapato. Isso também depende de um diagnóstico, de verificar de onde vem essa dívida, porque se não houve o repasse, se por algum momento esse repasse não foi passado pelo executivo à previdência, aí realmente deve ter provocado esse déficit. Então, a gente vai ter que fazer essa análise, verificar, mas em hipótese alguma a gente pode penalizar o servidor, o aposentado que trabalhou e contribuiu. Servidor não pode ser responsabilizado pela má gestão.
Qual seria a sua proposta para melhorar a saúde de Lages?
A saúde é o grande gargalo da administração, porque saúde é prioridade. Vidas importam. Então, a gente tem que tratar isso como questão prioritária. Tenho ouvido a reclamação da ausência de medicamentos e vejo que o que falta é planejamento. Falta visão para gestar as dificuldades, a saúde precisa ser melhorada.
Para quem comenta que você está nessa pré-candidatura apenas para “fortalecer o nome”, o que você responderia?
Para quem comenta eu digo: vou ser protagonista nas eleições de outubro de 2024, as futuras possibilidades políticas são uma consequência, mas no momento o Partido dos Trabalhadores, no qual eu represento me fará ser protagonista no dia 6 de outubro de 2024.
Qual a sua opinião sobre a construção de um prédio próprio para a prefeitura, para parar de pagar aluguel e ter um espaço próprio?
Acho bastante pertinente, precisa se fazer essa revisão, do que se gasta com aluguel, se centralizar. Vamos sim ter como meta a possibilidade de se construir um novo centro administrativo onde a gente possa centralizar todo esse serviço público.
Para assistir a entrevista completa com Claudia Bratti, acesse nossa live no youtube:
Ao todo Lages tem oito pré-candidatos. As entrevistas estão sendo transmitidas ao vivo e com imagens no programa Clube Comunidade, a partir das 10h. Para assistir acesse o Facebook da Rádio Clube de Lages ou no YouTube pela Clube TV.
Confira o cronograma:
- Ricardo Córdova (NOVO) – dia 18 – terça-feira
- Claudia Bratti (PT) – dia 19 – quarta-feira
- Jair Junior (PODEMOS) dia 20 – quinta-feira
- Lio Marin (UNIÃO) – dia 21 – sexta-feira
- Carmen Zanotto (CIDADANIA) – dia 24 – segunda-feira
- Juliano Polese (PP) – 25 – terça-feira
- Leandro Brugnago Borges (PCO) – 26 – quarta-feira
- Elizeu Matos (MDB) – 27 – quinta-feira
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