Rádio Clube Compartilhar
EXCLUSIVO

Importunação sexual: vítima e defesa do médico falam com exclusividade à Rádio Clube

O caso da denúncia repercutiu em Lages nos últimos dias.

• Atualizado

Ingrid Deucher

Por Ingrid Deucher

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Nesta sexta-feira, 05, a Rádio Clube entrevistou os envolvidos na denúncia do suposto caso de importunação sexual, que repercutiu na cidade de Lages nos últimos dias. Participaram da entrevista a jovem, que foi vítima do assédio, e os advogados de defesa do médico em questão. À denúncia foi feita com exclusividade à Adriana Gautério, apresentadora do Programa Clube Cidade, da Rádio Clube de Lages.

No decorrer desta semana, repercutiu nas mídias sociais um suposto ato de importunação sexual contra uma jovem de 19 anos, que teria sido praticado por um médico durante consulta ginecológica, em uma clínica de Lages, por volta das 11h30min do dia 28 de junho.

Em entrevista exclusiva para a Rádio Clube, a vítima relatou: “Ele passou a mão no meu ombro, me agradou e antes de eu deitar falou que eu era linda. Depois que eu fui ao banheiro, que ele me mandou tirar a roupa, tirei a parte de baixo, ele me ajudou a deitar na maca, passou a mão na minha perna como se estivesse acariciando e eu fiquei constrangida, pegou no meu peito, estimulou, todo o momento sem luva. Aí ele sentou, passou a mão na parte de baixo, pegou na minha bunda e eu ficava muito constrangida, ele ficou olhando para a minha parte íntima e falou ‘nossa, você é bem molhadinha’, me deixando ainda mais constrangida”

A jovem comentou que foi abusada quando tinha 8 anos pelo seu avô e que a situação com o médico ativou um gatilho em sua mente: “Me lembrei do meu avô, quando eu posei na casa dele e quando acordei ele estava beijando o meu corpo e passando a mão, foi muito ruim”, relatou.

Em defesa do médico acusado, estiveram presentes na Rádio Clube os advogados Dr. Diego Rossi Moretti e Dr. Bruno Ribeiro da Silva, que preferiram não divulgar o nome do médico, apenas comentaram ser um senhor de 65 anos, que trabalha na área há 40 anos.

Segundo o advogado, o elogio recebido não se caracteriza como crime: “A moça se refere que ele havia chamado ela de bonita, eu desconheço na legislação brasileira que um elogio ou ainda que fosse uma cantada, que isso fosse crime, ela pode se sentir desconfortável, mas crime não é”, comenta Dr. Diego.

Além disso, Dr. Diego também ressalta: “Outra situação que ela relatou foi que o médico disse que ela ficou molhada, isso não tem no Boletim de Ocorrência, mas quero citar que o uso de gel não é recomendado pelo Ministério da Saúde porque pode ter alteração no muco vaginal, ele só é utilizado em casos que há um desconforto da paciente e sobre questão da luva, o uso da luva é para proteção do médico, não existe nenhum procedimento ou bibliografia que estabeleça que deve ser obrigatório o uso de luvas para proteger a paciente, a proteção do uso de luvas é para o médico”, afirma o advogado.

O advogado Dr. Bruno ressalta que o caso será investigado pela Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI): “Não foi ainda instaurado o inquérito policial, com a instauração do inquérito policial haverá a oitiva dos envolvidos e aí sim será apresentada essas provas, essas informações e o delegado vai dar a sua opinião, fazer um relatório e verificar se de fato houve indícios suficientes de autoria e se houve a materialidade do delito”, afirma Dr. Bruno

A vítima ressalta que clama por justiça: “Quero que a justiça seja feita, que ele seja preso e que não tenha mais este cargo de ginecologista”, afirma.

Importunação sexual é a prática de ato libidinoso (que tem finalidade de satisfazer desejo sexual), contra a vontade da vítima e está previsto no artigo 215-A do Código Penal. Se for configurado fato consumado, a pena varia entre 1 a 5 anos.

Sobre o referido caso, o CRM-SC (Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina), se posicionou através desta nota:

“O CRM-SC informa que ainda não recebeu denúncia por parte da paciente e ressalta que assim que receber irá tomar as medidas cabíveis sobre o caso. Devido a Resolução CFM nº 2.306/2022 que exige que a apuração pelos CRMs de qualquer caso envolvendo a atuação médica ocorra de forma sigilosa. Isso impede que a autarquia federal faça manifestações públicas sobre casos ou processos envolvendo médicos.

O CRM não pode se manifestar devido a legislação. O Conselho só se manifesta nos casos julgados – os que estão em andamento não é permitido.” 

Aqueles que quiserem acompanhar a entrevista na íntegra, podem acessar nossa live no youtube:

CLUBE CIDADE – 05/07/2024 (youtube.com)

>>> Para mais notícias, siga o  Clube  no  Twitter ,  Instagram ,  Facebook  e  TikTok.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.