UPA de Lages pode ter atendimentos médicos suspensos pelo Conselho de Medicina; entenda
Falta de médicos e de serviço de raio X pode levar à interdição ética
• Atualizado
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dra Maria Gorete dos Santos, de Lages, na Serra Catarinense, poderá ter os atendimentos médicos suspensos após problemas identificados pela equipe de fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC).
Responsável por mais de 570 atendimentos diários à população, a unidade vem sofrendo, segundo o conselho, com a falta de médicos para compor escalas de pediatria e clínica médica, além da falta do serviço de raio X de forma ininterrupta durante o dia. Caso os problemas não sejam solucionados até o dia 27 de maio, o CRM afirma que pode determinar que os médicos não atuem na UPA, a chamada interdição ética.
“A interdição ética é uma medida extrema, que sempre tentamos evitar. Ela só ocorre quando buscamos, sem sucesso, solução para problemas que do dia a dia inviabilizam a prática da boa medicina”, diz o presidente do CRM-SC, Eduardo Porto Ribeiro.
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UPA de Lages já havia sido denunciada em 2022
O presidente do conselho explica que o órgão recebeu denúncias sobre a falta de médicos na UPA ainda no ano passado e fez a primeira fiscalização em agosto de 2022. A lista de problemas identificados foi encaminhada aos responsáveis – o diretor técnico da unidade e a secretaria de saúde do município.
O CRM conta que em abril foi realizada uma nova visita e nela, constatou-se que não foram resolvidas as deficiências de pessoal e infraestrutura para os exames. O novo documento foi encaminhado à prefeitura, agora com a informação da aprovação do Indicativo de Interdição Ética da UPA.
De acordo com o conselho, a escassez de médicos pode causar demora excessiva em atendimentos de emergência e colocar em risco a saúde dos pacientes. Durante a fiscalização, foram identificados outros problemas na unidade, como a atuação de médicos não especialistas em pediatria, a falta de itens considerados obrigatórios nos consultórios e a ausência de um diretor clínico na unidade.
“A atuação da equipe de fiscais é parte essencial do trabalho do CRM-SC, que tem a atribuição legal de zelar pela boa medicina no estado e proteger o cidadão”, diz o conselheiro Vicente Pacheco, responsável pela área de fiscalização da entidade. No ano passado, o Conselho realizou 863 ações de fiscalização em Santa Catarina.
A reportagem da Rádio Clube de Lages entrou em contato com a assessoria da UPA de Lages sobre o caso, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
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