Tempestade em Lages foi causada por microexplosão; aponta meteorologista
O fenômeno, considerado raro e extremamente violento, explica a dimensão dos estragos registrados em diferentes pontos da cidade
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A tempestade que atingiu Lages no final da tarde de domingo (30) foi resultado de uma microexplosão atmosférica, segundo análise preliminar do meteorologista Piter Scheuer. O fenômeno, considerado raro e extremamente violento, explica a dimensão dos estragos registrados em diferentes pontos da cidade.
De acordo com Scheuer, uma célula convectiva explosiva se formou rapidamente sobre o município, gerando chuva intensa, trovoadas, granizo e ventos que podem ter ultrapassado 100 a 120 km/h velocidade típica desse tipo de evento.
Por que foi uma microexplosão?
Segundo o meteorologista, diversos fatores indicam que o fenômeno observado em Lages se encaixa nas características de uma microexplosão:
- Rajadas de vento muito intensas e localizadas, responsáveis por danos concentrados em áreas específicas;
- Queda súbita de ar frio da nuvem para o solo, que provoca impacto violento ao tocar o chão, espalhando ventos em todas as direções;
- Destruição compatível com esse tipo de evento, incluindo destelhamentos, árvores arrancadas e estruturas danificadas de forma abrupta;
- Formação de uma célula convectiva extremamente forte condição típica para a ocorrência de microexplosões.
Scheuer explica que o fenômeno foi potencializado pela combinação de calor intenso, alta umidade, redução da pressão atmosférica na superfície e perturbações nos níveis intermediários da atmosfera. A presença de um sistema de baixa pressão entre o Uruguai e a Argentina também contribuiu para a organização das instabilidades.
“Essa junção de fatores favoreceu o desenvolvimento de uma microexplosão, com ventos acima de 100 km/h, responsável pelos principais danos registrados no município”, afirmou o meteorologista.
Os efeitos da tempestade foram sentidos especialmente no Centro e em bairros próximos, onde houve destelhamentos, quedas de árvores e danos significativos em prédios públicos e privados. A Prefeitura de Lages ainda avalia o impacto total da destruição.
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