Rádio Clube de Lages lança a campanha “Carahá, guardrail já”

É quase impossível morar em Lages, ou mesmo conhecer um pouco de sua história, sem nunca ter ouvido dos tropeiros, das araucárias ou do pinhão. Mas uma parte da história da maior cidade em população da região da Serra Catarinense é escancarada todos os anos em tragédias anunciadas que cruzam o município junto com o Rio Carahá.

A transformação do principal rio da cidade em um tipo de ímã de automóveis, com 239 acidentes e três mortes em menos de dois anos, tornou obrigatória a discussão sobre soluções para o problema. Enquanto o tempo se estende e ações não são tomadas, vidas são perdidas na mesma velocidade em que os nomes das vítimas e as promessas são esquecidas.

O maior afluente do rio Caveiras tem 16km de extensão somando suas margens, e dele nada escapa. Em suas curvas já caíram inúmeros carros, ônibus, caminhão do lixo e até bicicleta. As piadas repetidas sobre as quedas dão, de tempos em tempos, lugar às lágrimas de quem perde entes queridos dentro das águas.

Mas para você entender o problema, é preciso conhecer a importância da Avenida Belisário Ramos, que percorre lado a lado o Rio Carahá. A via desempenha um papel crucial na mobilidade urbana de Lages, conectando bairros e facilitando o acesso à região central. No entanto, a falta de guardrails (defensas metálicas) ao longo das margens do rio representa um sério risco à segurança dos motoristas, ciclistas e pedestres que utilizam diariamente a avenida.

As provas do problema são as pessoas que perderam a vida e outras que se envolveram em acidentes de trânsito nos últimos anos no local. Dados da Polícia Militar de Lages mostram que 119 acidentes foram registrados na avenida em 2022, enquanto 120 aconteceram, até o momento, em 2023. 

As vítimas não são escolhidas por classe social, raça, gênero e nem faixa etária. 

Neste ano, Gabriela Conrado, de 22 anos, e mais recentemente, Edson Tives, de 53 anos, foram incluídos na lista das pessoas que tiveram suas vidas perdidas e que não podem mais testemunhar o que aconteceu ou lutar por mais segurança.

Diante dessa situação, a Rádio Clube de Lages, emissora do Sistema Catarinense de Comunicações (SCC), lançou nesta quarta-feira (20) a campanha “Carahá, guardrail já”. O nome já apresenta a essência da iniciativa: levar a órgãos públicos responsáveis a necessidade de instalar barreiras de proteção ao longo de toda a extensão do rio.

A campanha será veiculada na programação da Rádio Clube de Lages, do SCC SBT e em reportagens do Portal SCC10, incluindo entrevistas, debates e a participação ativa da comunidade. Além disso, serão divulgadas estatísticas sobre acidentes e depoimentos de moradores que foram afetados pela ausência de proteção e também por aqueles que perderam familiares de forma trágica no rio.

“A avenida que percorre o rio Carahá é uma via de grande importância para a cidade, mas também é uma via perigosa. A instalação de guardrail é uma medida fundamental para evitar acidentes e salvar vidas. Esse é o nosso propósito”, disse o presidente do Grupo SCC, Roberto Amaral.

Para o diretor de conteúdo da Rádio Clube de Lages, Ioton Neto, a mobilização da comunidade é fundamental para sensibilizar os órgãos públicos e acelerar a implementação das medidas tão necessárias.

“A segurança das pessoas é uma responsabilidade compartilhada, e como emissora líder de audiência na Serra Catarinense, acreditamos no poder da comunicação para provocar mudanças. Vamos fazer com que a voz da comunidade seja ouvida e o Carahá seja seguro”, falou Ioton.

Você sabe o que é guardrail?

Os guardrails, ou defensas metálicas, são dispositivos de segurança cada vez mais comuns nas grandes cidades. Eles têm como objetivo proteger vidas e bens valiosos, ao reduzir a força de veículos desgovernados.

Os guardrails são projetados para desviar os veículos de áreas perigosas, como pontes, viadutos e curvas acentuadas. Eles também podem ser utilizados para proteger pedestres e ciclistas de serem atingidos por veículos.

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