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Lavouras proibidas

Operação do IBAMA notifica produtores rurais na região da Coxilha Rica

Segundo os produtores, mesmo respeitando o Código Florestal Estadual e Federal, foram notificados e agora estão proibidos de mexer nas lavouras

• Atualizado

Rádio Clube

Por Rádio Clube

Foto: Divulgação/PML
Foto: Divulgação/PML

Uma operação realizada pelo IBAMA está gerando preocupação aos produtores rurais de Lages e região. Durante a terça (05) e esta quarta-feira (06), agentes do IBAMA notificaram diversos proprietários de lavouras da Coxilha Rica em Lages.

Segundo os produtores, que preferiram não ser identificados, mesmo respeitando o Código Florestal Estadual e Federal, eles foram notificados e agora estão proibidos de mexer nas lavouras. Os embargos estariam baseados na Lei da Mata Atlântica, em relação a supressão da mata nativa para o plantio de lavoura.

Muitas entidades ligadas ao homem do campo se manifestaram contra a operação, já que segue os mesmos moldes da “Operação Campereada” realizada pelo próprio IBAMA, em 2018, e que foi arquivado no final do ano passado. Na operação diversos produtores foram notificados da mesma forma, com embargos proibindo qualquer manejo nas terras.

O presidente da Associação Rural de Lages, Márcio Pamplona, em conversa com a equipe da Rádio Clube de Lages afirmou que esta nova operação que acontece na região desrespeita a legislação de Santa Catarina.

Nós fomos surpreendidos nessa semana com mais uma ação do IBAMA contra os produtores aqui da nossa região. Com a mesma fundamentação de três anos e meio atrás. Processos que foram arquivados em dezembro do ano passado. Eles vieram com a mesma motivação, com os mesmos embasamentos fazendo notificações, embargando áreas de uma forma totalmente ilegal tendo em vista que nós temos o nosso código florestal aqui no estado. Todos os produtores notificados respeitam o código florestal nacional, o código ambiental do estado. E eles vem embasados na Lei da Mata Atlântica. Que considera todo o nosso estado Mata Atlântica e que tudo é intocável. Nós não podemos fazer nada, não podemos fazer agricultura, não podemos fazer melhoramento de campo nativo, não podemos fazer plantio de floresta todas as atividades primárias da região e também do estado, porque todo o estado está localizado na região da Mata Atlântica todo o estado está inviabilizado ou ilegal conforme o entendimento do IBAMA nacional.

Hoje diversos produtores procuraram a secretaria de agricultura de Lages, em busca de auxílio. Segundo Secretario da pasta, Thiago Cordeiro, a operação está deixando o produtor rural paralisado.

Então, a partir do momento que ele recebe esse termo de autuação e esse termo de embargo, ele paralisa todas as alterações. Para o trator onde é que está, para a colheita dele onde é que está, para o caminhão onde é que está. Põe seus funcionário todos em casa só que o salário tem que pagar, despesa tem que pagar, adubo tem que pagar e como é que ele vai pagar isso? Não é fácil chegar lá com o termo de interdição e paralisar todas as operações e quem paga a conta?

Representantes do setor do agronegócio tanto público e privados devem se reunir na Serra Catarinense para discutir mais uma vez o que fazer em relação a esta operação do IBAMA. Thiago Cordeiro afirma.

Solicitei junto ao Walter Monfroi, que é o presidente da AMURES uma reunião com todos os secretários da agricultura da região da AMURES, dos dezoito municípios e que vai ocorrer dia 12 de junho às 14h na AMURES. Conversei também com o presidente do Sindicato Rural Márcio Pamplona que já convocou uma reunião pra próxima quarta-feira com uma comissão de produtores justamente pra gente entender o que tá acontecendo. Como a operação está em andamento, a gente não sabe o tamanho do impacto que tá tendo. A gente já sabe que o impacto está sendo grandioso porque está atrapalhando, nós ficamos 45 dias de chuva agora que está na hora de colher, não consegue colher porque tem propriedades com embargo. E a gente precisa entender o que que está acontecendo. Eu só preciso que o IBAMA se pronuncie. A gente só precisa entender o que está acontecendo pra que a gente possa se ajudar e fazer com que produza.

A Assessoria de Comunicação do IBAMA, em Brasília, afirmou que só vai se manifesta após a conclusão da operação.

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