Julgamento em Bom Retiro condena réus por assassinato de homem que negou testemunhar a favor de integrante de facção
Dois réus foram condenados a 25 e a 12 anos de prisão
• Atualizado
O Tribunal do Júri de Bom Retiro condenou na última quinta-feira (24) dois homens acusados de envolvimento na morte de um morador que se recusou a testemunhar a favor de um integrante de uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas.
O julgamento foi realizado com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que apontou homicídio tentado e homicídio consumado, ambos qualificados pelo motivo torpe e pelo emprego de recursos que dificultaram ou impossibilitaram a defesa da vítima.
Segundo o MPSC, um dos réus recebeu uma sentença de 25 anos e oito meses de reclusão por homicídio e tentativa de homicídio, enquanto o segundo foi condenado a 12 anos, cinco meses e 10 dias por tentativa de homicídio. Ambos deverão cumprir pena em regime inicial fechado, sem direito a recorrer em liberdade. Um terceiro réu, envolvido no caso, foi absolvido pelo júri.
Relembre o caso
Em agosto de 2022, um morador de Bom Retiro foi atacado após se recusar a defender um membro de facção que respondia por homicídio. No primeiro ataque, ocorrido próximo a uma boate na BR-282, ele sobreviveu a agressões brutais, incluindo chutes, pedradas e socos, sendo socorrido por uma equipe médica. Cinco dias depois, enquanto ainda se recuperava, foi morto a tiros dentro de casa, na presença de suas três filhas e de sua ex-companheira, abalando a comunidade e deixando as crianças órfãs.
Julgamento e atuação do MPSC
O julgamento ocorreu no fórum de Bom Retiro, com atuação das Promotoras de Justiça Bruna Vieira Pratts, titular da comarca, e Mirela Dutra Alberton, do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI). Durante a sessão, ambas apresentaram as provas e confrontaram a defesa, destacando a gravidade e o impacto social do crime. Após a análise, os jurados acataram parcialmente a denúncia do MPSC, resultando na condenação de dois réus.
Para a Promotora de Justiça Bruna Vieira Pratts, a decisão representa uma resposta firme da Justiça contra a violência. “Um homem teve a vida arrancada porque se recusou a defender o autor de um homicídio, e suas três filhas terão que conviver com essa dor pelo resto da vida. Só a lei e a justiça podem enfrentar esse tipo de situação para que a violência não volte a triunfar”, concluiu a promotora, em declaração ao final do julgamento.
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