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JULGAMENTO

Homem que matou a ex-mulher na frente do filho será julgado na Serra

O réu será julgado por feminicídio

• Atualizado

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Por Rádio Clube

Hellen Larissa de Lima foi vítima de feminicídio | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Hellen Larissa de Lima foi vítima de feminicídio | Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Serra Catarinense será palco de um julgamento que comoveu a região em 2023. Nesta quinta-feira (30), um homem será levado a júri popular na Comarca de Campo Belo do Sul, acusado de assassinar a ex-esposa a tiros, na frente do filho do casal, em Capão Alto.

O Ministério Público fez a denúncia à Justiça e o homem virou réu acusado de matar a companheira a tiros. A denúncia do MP apresenta três qualificadoras (feminicídio, motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima) e pode ter a pena aumentada por praticar o assassinato na frente do filho do casal.

Segundo a denúncia da Promotoria de Justiça, o homem cometeu o crime no âmbito da violência doméstica e familiar, o que caracteriza o feminicídio.

“Nesse contexto, ele agiu por motivo torpe, pois não aceitava o fim do relacionamento, e usou uma arma de fogo para atingir a vítima, impossibilitando qualquer tentativa de defesa. O homicídio ocorreu por volta das 22h50, sob os olhares do filho de 11 anos”.

Diz a a denúncia do MP/SC. A promotora de justiça Cassilda Santiago Dallagnolo disse na época do oferecimento da denúncia qual a expectativa para o julgamento.

“As provas são contundentes, e a melhor resposta para esse crime que abalou a comunidade de Capão Alto é uma sentença severa”, disse a promotora.

O Crime

No dia 30 de setembro de 2023, o homem de 43 anos assassinou a tiros a ex-esposa Hellen Larissa de Lima, de 33 anos em Capão Alto. O próprio filho do casal de 11 anos foi até a Polícia militar, relatar que a mãe e o pai haviam brigado e ela estava caída na garagem. Helen chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

O homem, pai da criança, fugiu do local. Ele chegou a se apresentar à Polícia Civil mas foi liberado, e 11 dias depois do crime a justiça decretou a prisão preventiva e ele acabou sendo preso em Balneário Camboriú. O réu aguarda o julgamento no presídio de Lages.

Violência contra a mulher em Santa Catarina

Em 2025 já foram registrados dois casos de feminicídio em Santa Catarina.

De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça de SC, o estado registrou uma redução de aproximadamente 12% nos casos de feminicídio entre 2019 e 2024, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Apesar da queda, os números ainda são preocupantes: foram 335 casos no período, com uma média de 56 por ano, o equivalente a um feminicídio por semana.

Joinville liderou o número de ocorrências, com 19 feminicídios registrados no período. Chapecó aparece em segundo lugar, com 16 casos, seguida por Florianópolis (14) e Blumenau (13).

Embora o número de casos tenha oscilado ao longo dos anos, a tendência geral foi de diminuição. Em 2020, houve uma redução de 1,72% em relação a 2019, seguida por uma queda de 3,51% em 2021. No entanto, os casos subiram 3,64% em 2022 e permaneceram estáveis em 2023, sem variação percentual. Por fim, em 2024, ocorreu uma redução significativa de 10,53% em relação ao ano anterior.

Cevid-SC intensifica ações para combater a violência contra a mulher

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, intensifica a luta contra a violência doméstica em Santa Catarina. Através de projetos inovadores e parcerias com escolas e outras instituições, a Cevid busca prevenir e combater a violência contra a mulher.

Um dos destaques é o projeto “Grupos Reflexivos para Adolescentes”, que promove diálogos sobre respeito, igualdade e violência de gênero nas escolas. Os temas abordados incluem estereótipos, masculinidades, violências, relações de poder, discriminações de gênero e étnico-raciais. O projeto tem o apoio da Secretaria Estadual de Educação e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Não basta punir os crimes, é necessário evitar que eles aconteçam”, ressalta a desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, responsável pela Coordenadoria.

Além disso, a Cevid participa da campanha nacional Sinal Vermelho, que oferece às mulheres em situação de risco um canal discreto para pedir ajuda. Ao desenhar um “X” na palma da mão e apresentá-lo em estabelecimentos cadastrados, as mulheres podem sinalizar situações de risco e pedir ajuda de forma discreta.

“Os números apontam uma redução dos feminicídios no Estado, o que é bom, mas ainda assim a média continua chocante. Nossa missão é tornar Santa Catarina um Estado seguro para todas as mulheres, e não vamos parar até conseguirmos”, afirma Roselene Silveira, assessora da Cevid.

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