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Júri popular

“Fizeram uma crueldade”: Familiares protestam em julgamento de adolescente assassinada na Serra

A jovem de 14 foi amarrada em uma árvore e estrangulada até a morte

• Atualizado

Carolina Sott

Por Carolina Sott

Foto: Rodrigo Antunes/Prefeitura de Campo Belo do Sul
Foto: Rodrigo Antunes/Prefeitura de Campo Belo do Sul

Amigos e familiares de Ana Kemilli, de 14 anos, assassinada em 2021, se reuniram em protesto em frente à Câmara de Vereadores de Campo Belo do Sul para pedir Justiça na manhã desta terça-feira (27). O julgamento do caso, que tem dois irmãos como acusados pelo crime, acontece durante todo o dia de hoje na casa legislativa, em um espaço cedido ao poder judiciário.

“Violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei””. Esta é mensagem exposta em camisetas utilizadas pelos presentes que acompanham o júri popular que iniciou às 9 horas. À reportagem do SCC SBT, o tio da vítima, Valmir Krindges, contou que a família espera Justiça por uma ato de crueldade contra a adolescente.

“Estamos aqui, hoje, esperando Justiça. Faz mais de dois anos do crime e hoje nós temos que passar por isso para mostrar para o Brasil e o mundo que não vai ficar impune esse ato que fizeram com ela. A família está toda aqui e a imagem que carregamos nas camisetas é de uma menina que fizeram uma crueldade”, contou.

Os dois irmãos são acusados por homicídio quadruplamente qualificado: crime contra mulher (feminicídio), motivo torpe (vingança), uso de recurso que dificultou a defesa (emboscada) e meio cruel (asfixia). O homem também é acusado pelos crimes de ocultação de cadáver e corrupção de menor.

A comunidade pode acompanhar o júri em assentos disponíveis ao público. São disponibilizados 10 assentos para familiares e 23 assentos para o público em geral, mediante distribuição de senhas no local. Há também lugar reservado aos profissionais da imprensa.

Entenda o caso

Entre 2018 e 2019, Ana Kemilli era namorada de um dos acusados, e cunhada da irmã do réu. Com o fim do relacionamento se afastou de ambos. O homem, não aceitou o término e passou a pressionar a adolescente, rondando a casa dela com um revólver e enviando-lhe mensagens ameaçadoras pelo WhatsApp.

Segundo a acusação, o desejo obsessivo somado às respostas negativas motivou o crime. O homem teria planejado e executado o homicídio em 8 de fevereiro de 2021, com a ajuda da irmã e de um adolescente.

O dia do crime

Parecia só mais uma segunda-feira de verão no Assentamento 17 de Abril. Naquele dia, a mulher foi até a casa de Ana Kemilli com o pretexto de conhecer seu irmãozinho. No final da tarde ela pediu para a adolescente acompanhá-la em parte do trajeto de volta. Ambas caminharam juntas por cerca de 800 metros, então se despediram.

A vítima retornava para casa, mas foi abordada por um adolescente e convencida a caminhar até uma área de vegetação. O ex-namorado a esperava escondido. A adolescente foi levada à força mata adentro, amarrada em uma árvore e estrangulada até a morte. O corpo foi encontrado dois dias depois por moradores do assentamento, coberto por folhas, após intensas buscas envolvendo amigos, familiares e órgãos de segurança.

A Polícia Civil iniciou as investigações, e dias depois o adolescente assumiu o crimemas os elementos coletados indicaram o envolvimento de pelo menos mais uma pessoa. O homem foi preso preventivamente em 17 de junho de 2021 e desde então está no Presídio Masculino de Lages, à disposição da Justiça. A irmã foi indiciada por participação no crime.

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