Família busca respostas para a morte de homem em confronto com policial de folga em Lages
A declaração de óbito aponta como possível causa da morte traumatismo crânio-facial
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A morte de João Ademir Barbosa, de 55 anos, na madrugada do dia 8 de maio de 2025, em Lages, levanta questionamentos e gera angústia entre familiares e amigos. Segundo relatos iniciais, João teria sido morto após um confronto com um policial militar que estava de folga. A família busca informações claras sobre as circunstâncias da ocorrência, especialmente diante das marcas encontradas no corpo da vítima.
A ex-companheira de João, Marli Correia, com quem ele teve três filhos, relatou à nossa equipe de reportagem a dor e a confusão diante da notícia. Ela estava trabalhando quando recebeu a ligação dos irmãos de João, informando que o corpo estava no Instituto Médico Legal (IML). “A gente não sabe de nada, aonde que mataram, onde levaram para matar, qual foi o problema. Então, a gente está assim, sinceramente”, desabafou Marli.
Morte de João
A declaração de óbito aponta como possível causa da morte traumatismo crânio-facial e um ferimento de arma de fogo na mão direita. Familiares relatam ainda hematomas no rosto e outras partes do corpo de João, o que aumenta as dúvidas sobre a dinâmica do suposto confronto.
“O rosto dele, a testa dele, parecia que tinha arrastado ou que tinha tacado alguma coisa, na testa dele, na cabeça, que estava sangrando e muitos hematomas no rosto” , descreveu Marli.
Segundo a ex-companheira, João trabalhava fazendo “bicos” em estabelecimentos da região, principalmente nos bairros Cruz de Malta e Morro Grande, trajeto que fazia com frequência para visitar a família. Ela descreveu João como uma pessoa que bebia, mas que também trabalhava para complementar sua renda.
A família clama por justiça e por esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu naquela madrugada. “A gente quer saber, como é que foi que mataram ele e aonde foi que levaram, porque a gente não sabe nada, notícia nenhuma sabemos”, lamentou Marli.
Resposta da Polícia Militar
Nossa reportagem buscou informações junto ao comando do 6º Batalhão da Polícia Militar sobre o caso, que envolve um policial militar de folga. De acordo com o registro interno da corporação, por volta das 2h da manhã da quinta-feira (8), no bairro Cruz de Malta, um policial que estava em sua residência ouviu um barulho estranho. Ao verificar, percebeu que havia alguém mexendo em seu carro, dentro da garagem.
O policial relatou ter olhado pela janela, visto a luz do carro acesa e a porta aberta, mas não conseguiu identificar ninguém. Ao abrir a porta da garagem, um homem teria saído de trás do veículo, indo em direção ao policial a poucos metros de distância. Sentindo-se ameaçado, o policial efetuou um disparo.
Após o ocorrido, o próprio policial acionou a Polícia Militar e o SAMU, que constatou a morte no local. A perícia esteve presente e realizou os procedimentos de praxe, recolhendo a arma, as munições e o corpo.
Como a ocorrência envolve um policial militar de folga e, segundo informações preliminares, a arma utilizada não seria da corporação, o caso será investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina, através da Delegacia de Investigação Criminal (DIC). A responsabilidade pela investigação foi transferida para a Polícia Civil, que deverá apurar as circunstâncias da morte de João Ademir Barbosa. A família aguarda os resultados da investigação para entender o que realmente aconteceu.
Matéria em colaboração com o repórter Evandro Gioppo
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