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PRONUNCIAMENTO

Defesa de padre investigado por abuso sexual em Lages se pronuncia

A Polícia Civil está investigando

• Atualizado

Rádio Clube

Por Rádio Clube

Schaina Marcon

Por Schaina Marcon

Defesa de padre investigado por abuso sexual em Lages se pronuncia | Foto: divulgação advocacia Pavão Antunes
Defesa de padre investigado por abuso sexual em Lages se pronuncia | Foto: divulgação advocacia Pavão Antunes

O escritório Pavão Antunes Sociedade de Advogados divulgou uma Nota Oficial nesta quinta-feira, 26 de junho, confirmando que assumiu a representação jurídica do investigado Padre João Pedro. O caso, que envolve o religioso, tem gerado grande repercussão em Lages e em todo o estado de Santa Catarina.

De acordo com o comunicado assinado pelos advogados Gabriel de Oliveira Antunes (OAB/SC 35.567) e Alfredo Driessen Nunes, a constituição dos defensores ocorreu em 25 de maio de 2025. A nota esclarece que o acesso aos autos do inquérito policial, que se encontra em fase embrionária, já foi formalmente solicitado.

Os advogados afirmam que têm acompanhado “de forma diligente o desenrolar das investigações, sempre pautados pelo respeito à verdade dos fatos e à ampla defesa”. O escritório ressaltou ainda que o Padre está à disposição das autoridades e que a defesa tem colaborado integralmente com a Polícia Civil.

Leia a nota na íntegra:

Pavão Antunes Sociedade de Advogados

NOTA OFICIAL

O escritório Pavão Antunes Sociedade de Advogados, por meio de seus advogados Gabriel de Oliveira Antunes e Alfredo Driessen Nunes, informa que foi constituído para a representação jurídica do investigado Padre João Pedro, em 25 de maio de 2025, envolvido em caso de grande repercussão na cidade de Lages e no estado de Santa Catarina.

Esclarecemos que já foi formalmente solicitado o acesso aos autos do inquérito policial instaurado, que se encontra em fase embrionária. Desde então, os advogados acompanham de forma diligente o desenrolar das investigações, sempre pautados pelo respeito à verdade dos fatos e à ampla defesa.

Ressaltamos que o investigado está à disposição das autoridades e que a defesa tem colaborado integralmente com a Polícia Civil, confiando na seriedade da apuração conduzida pelos órgãos competentes.

Por fim, reiteramos nosso compromisso com a atuação ética, técnica e responsável na condução da causa.

Lages/SC, 26 de junho de 2025.

GABRIEL DE OLIVEIRA ANTUNES ADVOGADO OAB/SC 35.567

Assista do vídeo da defesa

O caso

Um caso revoltante veio à tona em Lages, com a denúncia de que um padre teria abusado sexualmente de um menino de 13 anos. A família da vítima procurou a Rádio Clube para relatar o que classificaram como um “absurdo”, buscando justiça e alertando a comunidade.

Segundo o relato da mãe da criança, o padre, de quem a família era próxima e que inclusive havia batizado o filho e outros familiares, teria pedido ao garoto, para ajudá-lo em uma mudança na igreja. “Ele esteve aqui e pediu para ele, numa segunda-feira, ajudar. A gente deixou, porque a gente não quer imaginar que isso acontecesse”, contou a mãe, visivelmente abalada.

O padre buscou o menino na segunda-feira, por volta das 15h. Apesar do garoto manter contato com a mãe por mensagens, ele só voltou para casa às 22h. A princípio, a família não desconfiou, pois o padre justificava a demora, dizendo que o trabalho estava quase no fim e que outras mulheres também estavam ajudando.

No entanto, a mãe notou o adolescente estranho. A verdade veio à tona no dia seguinte, quando o menino desabafou com sua irmã. “Ele contou para a irmã dele primeiro, porque ele não queria contar para nós para ver a nossa reação. Ele ficou com medo, com vergonha e contou para a irmã dele”, explicou a mãe. Assim que soube, a família imediatamente acionou a polícia e registrou um boletim de ocorrência.

O relato do abuso e as provas

A irmã da vítima, que também conversou com a reportagem, foi a primeira a quem o menino revelou o ocorrido.

“Ele estava bastante abalado. Quando o padre estava ali conversando com o pai e com a mãe, ele falou que precisava falar comigo. Eu falei, fala. Ele estava muito abalado. Ele falou, não, eu vou esperar ele sair primeiro, o padre. A hora que o padre saiu, ele me chamou no quarto e falou que o padre tinha abusado dele. Foi que eu fiquei em choque. Eu não estava acreditando até que ele foi lá e abaixou as calças dele e eu vi realmente que estava bem machucado”, detalhou a irmã.

O garoto relatou que, após ajudar com as caixas até por volta das 17h, o padre o convidou para ir à sua casa, ao lado da igreja, para tomar um suco, sob o pretexto de ter mais caixas para organizar. Lá, o padre teria escondido o celular do menino. Ao tentar pegá-lo, o adolescente percebeu que o aparelho do padre estava com conteúdo pornográfico.

O menino lembra-se de ter sido convidado a sentar no sofá. Após tomar o suco ou café oferecido, ele “apagou”. “Quando ele acordou, ele já estava na cama e o padre já estava abusando dele“, disse a mãe, citando o relato do filho. O pequeno só despertou completamente quando o padre lhe deu um banho. Em seguida, o religioso teria arrumado o menino, lhe dado uma cesta básica e o levado de volta para casa. A família suspeita que o adolescente possa ter sido dopado, e exames foram solicitados para verificar essa possibilidade.

Para obter provas, o garoto teve a iniciativa de conversar com o padre por mensagens no dia seguinte. Nessas conversas, o padre teria pedido para que as mensagens fossem apagadas, afirmando que “os outros adolescentes que iam lá não contavam nada para ninguém“. O padre teria se “entregado” nas mensagens, revelando detalhes do abuso. “Ele tinha gostado de subir realmente, estava gostando de subir em cima do meu filho”, relatou a mãe, chocada com as confissões. As conversas foram printadas e estão em posse da polícia, da família e do Conselho Tutelar.

Investigação, medidas e traumas

Na quarta-feira, o Conselho Tutelar acompanhou a família até o Instituto Médico Legal (IML) para que o menino realizasse o exame de corpo de delito. Segundo a mãe, o perito informou que o menino estava “bem machucado” e que havia lesões na região que sofreu o abuso e na garganta.

A família também solicitou uma medida protetiva contra o padre, já que ele teria tentado retornar à casa para buscar o garoto para mais trabalhos. No entanto, o pedido foi negado pela juíza, sob a justificativa de que ele não é parente próximo.

Matéria em colaboração com o repórter Amarildo Volpato

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