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Cultura afro-brasileira

Consciência Negra impulsiona ações educacionais na Serra Catarinense

Uma parceria entre escolas e entidades realiza atividades de valorização da história negra

• Atualizado

Rádio Clube

Por Rádio Clube

Imagem ilustrativa | Estudante negro em abiente escolar | Foto: Gife
Imagem ilustrativa | Estudante negro em abiente escolar | Foto: Gife

Neste mês de novembro, quando se celebra o Dia da Consciência Negra, a atuação de entidades voltadas ao fortalecimento da cultura afro-brasileira em Lages se intensifica. O Obatalá – Movimento Negro de Lages, entidade sem fins lucrativos fundada em 1989, vem realizando atividades de conscientização e valorização da história negra na cidade. Este ano, o volume de convites recebidos foi tão grande que o movimento se uniu a outras instituições, criando uma força-tarefa para atender a demanda.

A lei 10.639/03, que há 21 anos tornou obrigatório o ensino da cultura africana e afro-brasileira nas escolas públicas e privadas, da educação infantil ao ensino superior, tem incentivado as escolas a incluírem essas temáticas em seus currículos. O Neabi (Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígena) da Uniplac, a Pastoral Afro e o Centro Cívico Cruz e Souza, entre outros grupos, somam-se ao Obatalá para levar temas relevantes sobre a história e as contribuições da população afro-brasileira às instituições de ensino da região.

Neste ano, a procura por essas atividades começou já em setembro, um reflexo do crescente interesse das escolas em abordar a temática com profundidade. Em resposta, foi organizada uma equipe com 14 educadores de diversas áreas, todos engajados em movimentos sociais locais. Com o apoio da Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) e do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial (Compir), as ações ganharam força e abrangência.

Entre as atividades realizadas, destacam-se palestras para formação de professores da rede municipal e ações em escolas como a EEB Cora Batalha, EEB Nossa Senhora dos Prazeres (em Correia Pinto) e EEB Rubens de Arruda Ramos. No Centro Cívico Cruz e Souza, estudantes do Senai participaram de entrevistas sobre a história negra local, contribuindo para a produção de um documentário.

Para novembro, ainda estão programadas palestras e reflexões sobre a cultura afro-brasileira em escolas como a EEB Godolfin Nunes de Souza, EEB Mauro Gonçalves Farias (em São José do Cerrito), SESI-Gethal e EEB Antonieta Silveira (em Palmeira). Os temas abordados variam desde a confecção de Bonecas Abayomis e teorias raciais do século XIX, até histórias de quilombos e a biografia de figuras negras relevantes, como o Sr. Sebastião Ataíde.

A equipe se sente realizada ao observar o engajamento das escolas na promoção da lei 10.639/03, uma exigência que ganha espaço em concursos e vestibulares. A redação do Enem deste ano, que abordou os “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, também trouxe grande alegria aos organizadores, refletindo o impacto e a relevância dessas iniciativas na formação dos estudantes.

No entanto, a equipe expressa frustração por não conseguir atender a todas as solicitações, devido ao caráter voluntário das ações e aos compromissos pessoais dos integrantes. Mesmo assim, o empenho das instituições e o interesse crescente pelo tema mostram que a valorização da cultura afro-brasileira na Serra Catarinense é uma realidade em expansão, motivada por um desejo coletivo de reconhecer e celebrar a contribuição histórica e cultural do povo negro.

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