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Visita inusitada

Ameaçado de extinção, lobo-guará é visto na Serra Catarinense após 77 anos

A estimativa é que no Brasil vivam cerca de 24 mil lobos-guará

• Atualizado

Carolina Sott

Por Carolina Sott

Agência Brasil

Por Agência Brasil

Foto 1: Brasil Escola, Reprodução | Foto 2: Klabin S.A, Reprodução
Foto 1: Brasil Escola, Reprodução | Foto 2: Klabin S.A, Reprodução

Um lobo-guará foi visto circulando em uma fazenda no município de Capão Alto, na Serra Catarinense, na segunda-feira (2). Segundo a empresa Klabin, a aparição dessa espécie, ameaçada de extinção, não era registrada na região há 77 anos.

O maior canídeo da América do Sul foi flagrado nos mosaicos florestais da Klabin, na Fazenda Capão da Lagoa. A empresa reforçou sobre a importância do trabalho pela conservação das florestas e o manejo florestal em mosaico como uma ferramenta de manutenção da biodiversidade.

Veja o registro do lobo-guará na Serra Catarinense:

Escolhido para cédula de R$ 200, lobo-guará sofre ameaça de extinção

O lobo-guará, escolhido para ilustrar a nova cédula de R$ 200, está entre as 1.173 espécies da fauna ameaçadas de extinção. A estimativa é que no Brasil vivam cerca de 24 mil lobos-guará, com maior concentração no Cerrado. Eles podem ser encontrados ainda, em menor número, na Mata Atlântica, no Pantanal e no Pampa.

A espécie sofre com a degradação do meio ambiente, avanço desordenado de atividades humanas sobre o Cerrado e centros urbanos, o que leva à perda de habitats. Também é afetada pelo aumento da caça, por atropelamentos e disseminação de doenças a partir do contato com cães domésticos.

“O lobo-guará é talvez a espécie mais icônica do bioma Cerrado. É um animal sempre associado à imagem dos vastos campos e savanas permeados pelas belíssimas veredas que compõem as paisagens especiais do Brasil central. É muito importante associarmos nosso patrimônio natural a símbolos de valor, mas isso precisa vir associado à consciência de que para sobreviverem necessitam que seu habitat natural esteja preservado”, destaca Reuber Brandão, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor associado da Universidade de Brasília.

O lobo-guará figura na lista de espécies ameaçadas do Portal da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, na categoria de vulnerável, e depende da preservação de seus ambientes naturais para continuar existindo.

Segundo a RECN, estima-se que cerca da metade da área original do Cerrado já tenha sido destruída. Incêndios florestais, obras de infraestrutura para energia hidrelétrica e demanda por carvão vegetal para a indústria siderúrgica também ameaçam o bioma.

“Precisamos entender que existe diferença entre valor e grandeza. Apesar da escolha da espécie para ilustrar as novas cédulas de real ser positiva, o valor destes organismos e da natureza brasileira é imensamente superior ao valor nominal do dinheiro. Nesse caso, a grandeza se traduz por meio de medidas efetivas pela proteção do patrimônio natural imenso, insubstituível e único. É atribuir valor à conservação da biodiversidade, do bioma Cerrado, das Unidades de Conservação de Proteção Integral e ao icônico e elegante lobo-guará”, avalia Brandão.

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