“Agredi mesmo”; mulher conta motivo de agressão contra servidoras de Unidade de Saúde de Lages
A confusão foi motivada por um longo histórico de desentendimentos
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Claudete Aparecida da Silva, de 52 anos, procurou a Rádio Clube de Lages para apresentar sua versão dos fatos sobre a agressão ocorrida na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Vila Nova/Caça e Tiro no dia 18 de fevereiro. Segundo a prefeitura, duas servidoras foram agredidas no local. Uma verbalmente e outra fisicamente.
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Claudete foi a mulher que agrediu as servidoras e afirma que a confusão foi motivada por um longo histórico de desentendimentos no atendimento da UBS.
“Desde 2021, venho sofrendo agressões verbais. Elas me ofendiam, me xingavam, diziam que as coisas não funcionavam do jeito que eu achava. Já apresentei diversas reclamações na ouvidoria e solicitei a troca de unidade, mas não teve resultado. Sinto que há um desleixo no atendimento, como se nós, pessoas simples, tivéssemos que implorar por uma consulta”, relata Claudete.
O episódio que culminou na agressão aconteceu quando a mulher buscava marcar uma consulta para mostrar exames. Ela foi informada de que a próxima consulta para mostrar os resultados só poderia ser agendada para dois meses depois.
“A médica me deu os exames e eu tive que voltar lá para marcar a consulta. Elas me disseram que só tinha vaga para março, e depois, para mostrar os resultados, só em abril”, relata Claudete.
Na mesma tarde Claudete procurou novamente a unidade de saúde para solicitar orientação sobre o preenchimento correto de um documento de encaminhamento da médica para uma psicóloga para a filha.
“Eu levei o papel da psicóloga, que estava errado, e queria que a atendente me orientasse. Eu só disse ‘escute aqui’ e ia mostrar um áudio da psicóloga explicando o que precisava ser feito”, conta Claudete.
No entanto, a reação da servidora teria sido inesperada.
“Ela jogou o cartão da minha filha no chão e veio para cima de mim, achei que era para me dar um tapa. Eu segurei as mãos dela para ela não me bater”, relata Claudete.
A confusão gerou tumulto na UBS. “Ninguém fez nada, só ficaram filmando. Meu marido, que estava lá fora, ouviu a gritaria e veio me ajudar. Ele achou que eu estava sendo agredida por todo mundo, mas na verdade eu estava segurando a servidora”, afirma Claudete.
Claudete admite que agrediu a servidora, mas justifica sua ação pela raiva acumulada e pela sensação de descaso.
“Eu agredi mesmo, confesso, mas com a raiva que eu estava, ninguém está passando o que eu estava passando ali. Eu só fui pedir um atendimento, ela negou duas vezes no mesmo dia”, desabafa.
Segundo Claudete, a atendente já havia negado atendimento para ela mais cedo, quando buscava agendar uma consulta.
“Eu fui de manhã e ela negou. De tarde, fui de novo, para pedir um atendimento para minha filha, e ela negou de novo”, relata Claudete.
No dia em que aconteceu a confusão na UBS, no dia 18 de fevereiro a prefeitura de Lages emitiu uma nota. A Secretaria Municipal da Saúde repudiou veementemente o ato de agressão sofrido pela técnica de enfermagem, classificando-o como “descabido, inconsequente e inaceitável”. A Prefeitura afirmou estar tomando todas as medidas legais e administrativas para que o agressor seja responsabilizado e que situações como essa não se repitam. A nota também reforça que qualquer forma de desrespeito a servidores públicos é crime.
Assista o relato da mulher à reportagem da Rádio Clube:
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