“Agora é o momento de mudanças, de trazermos novas alternativas” comenta Jair Junior, pré-candidato à Prefeitura de Lages.

Dando continuidade nas entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Lages, o entrevistado desta quinta-feira (20) foi o advogado Jair Junior (Podemos).

O que fez Jair Junior decidir disputar o cargo de prefeito de Lages? 

Não é uma decisão ainda disputar o cargo, essa decisão só será tomada no dia 5 de agosto, na convenção. Mas a gente representa o nosso grupo político, que é liderado pelo nosso deputado Lucas Neves, ele representa uma alternativa ao que aí está. Eu fui eleito vereador lá em 2016, e em 2020 a gente apresentou um projeto que era uma alternativa porque a gente não concordava com o que aí está. E isso se agravou durante esse segundo mandato deste governo, que é um governo que além de impopular, a gente entende por um governo que não representa os anseios da população, onde os serviços públicos não são bem fornecidos. Por isso a gente vai apresentar uma nova alternativa. A gente está construindo partidariamente, temos dois pré-candidatos a prefeito, eu e o deputado Lucas Neves, a gente tem outros bons nomes dentro do partido, temos outro partido que é nosso aliado, que é o Republicanos, que estará conosco na eleição e a gente apresentará um projeto. Nosso projeto é um projeto pelo bem comum. A gente entende que precisamos apresentar uma alternativa porque as pessoas hoje não são bem representadas. As pessoas que estão ouvindo nos bairros com certeza ou estão com os esgoto a céu aberto na frente de casa ou não tem o médico no posto de saúde, hoje os serviços públicos não são bem fornecidos, a gente não concorda com quem está, por isso a gente vai apresentar uma alternativa. 

Como será a definição do nome para candidato, entre Jair Junior e Lucas Neves?

Essa é uma construção partidária em que a gente está em conversa dentro do partido, analisando o cenário de pesquisa, tanto eu quanto o deputado Lucas Neves. A gente terá viabilidade eleitoral e essa definição será em 5 de agosto, mas não há briga, não é uma briga partidária, muito pelo contrário, é uma construção, tudo é construído, conversado. A gente está com o Maurício Batalha aqui também, que também faz parte dessa construção e dessa definição, a gente quer fazer com que as pessoas voltem a ser representadas na prefeitura.

Como está a montagem do Podemos? Como está a estrutura dos pré-candidatos?

Essa é uma construção que a gente já está fazendo há quatro anos. Desde que passou a eleição de 2020 a gente iniciou dentro do partido do Podemos a montagem da a nominata para o legislativo em 2024. Muitas pessoas nos procuraram, mas nós não aceitamos pessoas que a gente entende não ser com a nossa ideologia. Então montamos o nosso quadro de nominata com pessoas que representam os anseios populares, pessoas das comunidades, pessoas dos diversos segmentos da sociedade. A gente auxiliou também a montagem do Republicanos e a gente vai sair com a nominata cheia. Temos até candidatos a mais, que vão para a convenção para escolher quem serão os candidatos, tanto no Podemos quanto no Republicanos. Os dois partidos vão para a convenção para definir quem serão os nossos 34 candidatos, 17 no Podemos e 17 no Republicanos. 

Em conversas com outros partidos, se comenta muito pelas ruas que daqui a pouco seu nome seja indicado para ser o vice da pré-candidata Carmen Zanotto. O que o senhor tem para dizer sobre isso? 

Vejo isso tudo como extraoficial por enquanto, essas conversas podem acontecer. Eu não sei com quem a gente vai estar no processo eleitoral, sei que o Podemos e o Republicanos vão estar juntos. 

Eu sei com quem a gente não vai estar, a gente não estará com o grupo político que está na prefeitura e com o grupo político que já esteve que hoje é comandado pelo Eliseu Matos. Então, com esses dois grupos a gente não vai estar. Mas conversas vão acontecer, essa é uma definição que não é do Jair, é uma definição do partido e se dará no dia 5 de agosto. 

O pré-candidato é visto como um parlamentar polêmico devido ao posicionamento dentro da Câmara de Vereadores no qual nesse cargo o senhor é fiscalizador, né? Mas com o anúncio da pré-candidatura ao cargo de prefeito, se eleito, se tornará o executor das ações. Como será a postura do pré-candidato em relação às possíveis críticas? 

Nos últimos 8 anos, eu percorri essa cidade e vi os problemas que as pessoas passam. A gente percorreu os postos de saúde, a gente sabe o que é a pessoa ter que ir quatro horas da manhã enfrentar a fila para pegar ficha para ser atendida. A gente sabe que a pessoa espera horas na UPA, a gente sabe o que é ter esgoto a céu aberto na frente de casa, buraco, enfim, a gente sabe os inúmeros problemas que as pessoas enfrentam. E eu apontei esses problemas, porque eu conheço de fato a realidade das pessoas e eu conheço os problemas da Prefeitura. Agora a gente passa por uma nova etapa. Agora é a etapa de a gente apresentar, a gente vai apresentar durante o processo eleitoral a solução para isso. A gente conhece essa realidade e entende que dá pra fazer diferente, a Prefeitura tem recurso pra isso. A oposição é saudável e a gente precisa de oposição, a gente precisa que a oposição aponte de fato aquilo que é problema.

Na sua visita nos bairros, saúde como o senhor já falou e também a estrutura. O que mais o senhor vê no dia a dia visitando, percorrendo aí os bairros da cidade? 

A gente sabe que os problemas são inúmeros, mas a gente pode destacar. Hoje um dos principais problemas é a respeito de ruas. Hoje a maior parte das ruas são de chão batido, que na chuva é lama e no sol é poeira, a gente tem alternativas para isso. Na saúde como já relatei também são inúmeros problemas. Na saúde hoje a UPA já está apresentando problemas muito embora teve uma leve melhora com a terceirização, mas a prefeitura precisa buscar, uma segunda UPA é necessária na cidade. Então, a prefeitura pode buscar essa captação de recursos que inclusive outros municípios do estado conseguiram agora com o governo federal. O município precisa buscar recursos e precisa buscar alternativas. Então, as equipes, em geral, não estão completas porque faltam profissionais, porque pagam mal, porque o município paga mal. Então, essas alternativas o município pode fazer e a gente sabe como fazer. 

O senhor falou em estrutura de ruas, sobre asfalto, qual a sua opinião sobre a questão de empréstimos para a pavimentação de ruas nos bairros?

A prefeitura precisa buscar alternativas, mas a primeira alternativa não pode ser empréstimo. A gente entende que o município não consegue só com recursos próprios fazer investimentos. Mas a gente tem alternativas tanto no Governo do Estado quanto no Governo Federal. A gente viu poucas vezes o prefeito indo pra Brasília. Os prefeitos em geral conseguem recursos através de Brasília. Hoje o município não tem um banco de projetos. Em uma visita na Assembleia Legislativa, a gente encontrou o prefeito de Blumenau e ele tinha um livro com os projetos em que você falava de educação, ele abria o livro e tinha os projetos que ele tinha de educação para captar recursos. Não adianta o prefeito ficar aqui na cidade esperando que o dinheiro caia do céu. O prefeito precisa buscar alternativas, precisa buscar com o Governo do Estado e com o Governo Federal. A prefeitura precisa ter um banco de projetos, isso precisa ser feito.

Como o pré-candidato pensa em administrar a cidade sabendo de toda a dívida existente?

Eu sou economista e tenho MBA, uma especialização em gestão pública, então eu entendo o que eu estou falando sobre finanças públicas. Que bom que eu estou tendo oportunidade de desmanchar essa falácia, porque essa dívida de cento e dez milhões, embora seja um número alarmante, representa uma pequena parte do orçamento. A lei de responsabilidade fiscal e por isso que eu entendo que o prefeito precisa ter conhecimento sobre legislação. Isso seria que Lages poderia ter até um bilhão de dívida e Lages tem cento e dez milhões. Então o orçamento tem, a prefeitura não faz porque hoje a gente tem um gestor incompetente e a gente sabe como fazer. 

Qual o seu posicionamento sobre o transporte público? Como o senhor vê a situação da empresa Transul?

Assim como outras situações, o transporte público precisa ser subsidiado pelo Governo Federal. Assim que a gente entrar no dia primeiro de janeiro de 2025, a gente precisa rever esse contrato e outros contratos do município a respeito do monopólio que hoje existe no transporte público, mas esse subsídio se for dado para Transul, outra empresa que vem operar o transporte público ou outras empresas que operam transporte público a gente entende que ele precisa ser buscado em Brasília com o governo federal.

Como o pré-candidato vê a situação do Lages Previ, como poderia resolver este problema?

Ninguém mais do que eu tem moral para falar sobre a reforma do Lages Previ, porque eu fui o responsavel por falar na câmara, por pedir abertura de uma CPI, para que se abrisse as contas do Lages Previ. Infelizmente eu acabei fora da cpi por manobra do governo de 2020 e a gente não abriu as contas. Eu acho que antes de uma reforma o município precisa abrir as contas do Lages Previ e mostrar onde está indo esse déficit, eu tenho consciência de que não acho justo a uma padronização de 14% do pagamento, para quem ganha quinze mil reais e para quem ganha mil e quatrocentos reais, porque quem ganha mil e quatrocentos reais paga duzentos reais de Lages Previ. Então a gente compromete uma porcentagem bem grande do pagamento. Então a gente entende que primeiro precisa abrir as contas do Lages Previ e eu tentei através de CPI que a gente abrisse as contas, precisa abrir as contas inclusive desde a sua criação, mostrar a situação atual e se a situação atual tiver que ter uma reforma que seja feita essa reforma com uma participação dos funcionários sendo ouvido, com os funcionários garantindo que aqueles que ganham menos paguem uma porcentagem menor e aqueles que ganham mais paguem uma porcentagem maior.

O senhor é vereador pelo segundo mandato, foi o vereador mais jovem, eleito em Lages. Muita gente comenta e olha o Jair Júnior como um jovem na política que talvez não tivesse a “experiência necessária” na política para se tornar um gestor. Como o senhor responde esse tipo de comentário? 

Se experiência e idade contasse como capacidade, Lages seria Nova Iorque. Eu entendo que é o momento do rompimento. Eu fui me preparar, eu sou advogado, tenho conhecimento sobre a legislação, sou economista, tenho formação em gestão pública. Se as faculdades existem, é para se formar e eu fui buscar a formação. Nos últimos 8 anos eu percorri a cidade e eu sei dos problemas da cidade então qualquer pergunta sobre qualquer assunto que você me faça eu vou saber responder, porque eu sei dos problemas da cidade, eu sei sobre a legislação do município, o que fala, o porquê dos problemas e a gente tem soluções para eles. Agora é o momento de mudança, de a gente trazer alternativas. 

Você ouvinte que está me escutando às vezes você tem um filho que teve que ir embora por falta de oportunidade na cidade, porque o jovem não tem oportunidade em Lages e o que a gente quer fazer para o jovem começar a ter oportunidade a gente precisa é de alternativas. Eu me preparei, eu conheço os problemas da cidade e estou pronto para discutir os problemas. A gente precisa de um prefeito com capacidade para os problemas, um prefeito que possa montar sua equipe sem amarras políticas, isso eu provei nos últimos oito anos que eu não me curvei às amarras políticas dentro da Câmara e a gente provou que vai fazer e pode fazer.

Como seria o seu secretariado ? Sobre as secretarias, o senhor mudaria alguma coisa? 

A gente precisa de uma reforma administrativa profunda. Hoje o número de comissionados é de quatrocentos e dez, é um número alto. Em relação ao nosso orçamento, com as maiores cidades, a gente é percentualmente o que mais tem comissionados, a gente tem muitos comissionados, a gente precisa fazer o enxugamento da máquina para sobrar a capacidade de investimento, isso a respeito das secretarias também, a gente precisa fazer um enxugamento, uma reforma administrativa profunda, com a participação dos servidores, inclusive os servidores efetivos. A gente precisa de pessoas capacitadas nos cargos, por isso que a gente vai chegar sem amarrações políticas, sem acordos, a gente vai chegar podendo nomear as pessoas de acordo com a sua capacidade. O servidor, que é o servidor de confiança, ele tem a sua importância e a gente tem bons nomes na cidade que atualmente não tem oportunidades para estarem nesses cargos de confiança, cargos comissionados, porque não são frutos dessas amarrações. A gente tem que montar um secretariado técnico, um secretariado que sabe o que vai fazer. Aí vamos conseguir fazer a prefeitura andar.

Qual é a sua opinião sobre a construção de um centro administrativo para parar de pagar aluguel e centralizar os atendimentos da comunidade?

A gente tem ideias, já foi discutido partidariamente a respeito da construção do centro administrativo. A gente tem um terreno, por exemplo, que é um terreno do lado da rodoviária, que é um terreno do município que pode ser feito uma parceria pública privada, isso a gente vai buscar ao longo do mandato. Para que ela construa o centro administrativo em troca do terreno, porque a gente paga muito aluguel no município e a gente precisa eliminar isso e até daqui a pouco com financiamento a gente consegue fazer esse centro administrativo.

Para assistir a entrevista completa com Jair Junior, acesse nossa live no youtube:

As entrevistas com os pré-candidatos estão sendo transmitidas ao vivo e com imagens no programa Clube Comunidade, a partir das 10h. Para assistir acesse o Facebook da Rádio Clube de Lages ou no YouTube pela Clube TV.

Além dos nomes já citados, Luis Borges também foi apresentado como pré-candidato à prefeitura de Lages. O político foi indicado pelo PRTB, Partido Renovador Trabalhista Brasileiro.

Além dessa informação, o pré-candidato e vice-prefeito de Lages, Juliano Polese, terá que representar a cidade serrana em um evento na capital do estado, no dia em que estava marcada a entrevista com o pré-candidato, na próxima terça-feira, dia 25.

Com a chegada de um novo nome para série de entrevistas e o compromisso de um dos pré-candidatos, conforme acordado, será trocada a agenda entre os dois pré-candidatos.

Logo, Luis Borges do PRTB será o entrevistado de terça-feira (25) e Juliano Polese do PP, será o entrevistado de sexta-feira (28).

O cronograma das entrevistas ficou desta forma:

• Ricardo Córdova (NOVO) – dia 18 – terça-feira
• Claudia Bratti (PT) – dia 19 – quarta-feira
• Jair Junior (PODEMOS) dia 20 – quinta-feira
• Lio Marin (UNIÃO) – dia 21 – sexta-feira
• Carmen Zanotto (CIDADANIA) – dia 24 – segunda-feira
• Luis Borges (PTRB) – 25 – terça-feira
• Leandro Brugnago Borges (PCO) – 26 – quarta-feira
• Elizeu Matos (MDB) – 27 – quinta-feira
• Juliano Polesse (PP) – 28 – sexta-feira

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