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Repercussão

“Vivemos um momento em que internet, fake news, tudo é muito delicado”, afirma político sobre caso de Jorge Luiz Borba

Quatro deputados dos partidos PL, MDB e PT demonstraram solidariedade ao desembargador investigado por manter uma mulher em condições de trabalho análogas à escravidão

• Atualizado

Redação

Por Redação

Desembargador Jorge Luiz de Borba. Foto: TJSC | Divulgação
Desembargador Jorge Luiz de Borba. Foto: TJSC | Divulgação

Quatro deputados dos partidos PL, MDB e PT demonstraram solidariedade ao desembargador Jorge Luiz de Borba, investigado por manter uma mulher em condições de trabalho análogas à escravidão. As declarações dos políticos foram feitas durante uma sessão nesta terça-feira (13), na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina).

Ivan Naatz (PL), que tomou a iniciativa de prestar solidariedade ao jurista e à família, afirmou na sessão que o conhece de quando advogaram juntos ainda em Blumenau e que a família dedicou a vida ao direito. “Quero fazer uma reflexão sobre o ataque que recebe o desembargador Jorge Luiz de Borba sobre a utilização de uma empregada na condição análoga à de escrava. Sou testemunha de que aquela senhora era tratada como filha, como uma irmã, tratada como membro da família e não como empregada.”

Antídio Lunelli (MDB) concordou com o parlamentar e comentou:

“Estamos vivendo um momento em que Internet, fake news, tudo é muito delicado, acontece muito no setor público, as pessoas são julgadas, colocadas na primeira página e depois de anos de processo se constata que não era nada daquilo que foi colocado.”

Fabiano da Luz (PT), seguiu o mesmo posicionamento: “precisa de limites. Se pegar pelo simples fato de que o processo estava sob segredo de justiça, mas como a imprensa estava junto, então já não estava mais sob segredo. Quem avisou? Também poderia alguém ter investigado, tomado pé da realidade.”

Já Maurício Eskudlark (PL) comparou o caso ao do ex-reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e afirmou que “o Ministério Público do Trabalho recebeu a denúncia, será que não era mais fácil intimar o desembargador para junto com a dita vítima, tomar o depoimento, ela dizer a situação, do que chamar as emissoras de tevês e filmar eles todos bonitinhos chegando na casa do desembargador? É gente querendo holofote.”

Entenda o caso do desembargador Jorge Luiz de Borba

O desembargador Jorge Luiz de Borba foi alvo de mandado de busca e apreensão em Florianópolis para apurar as suspeitas de que ele e a esposa mantém uma trabalhadora doméstica surda em condição análoga à escravidão por mais de 20 anos.

A suspeita é de que a trabalhadora doméstica era forçada a trabalhar em jornadas exaustivas e condições degradantes. A investigação indica que a mulher realizava tarefas domésticas das mais diversas, mas não possuía registro em carteira de trabalho e não recebe salário ou quaisquer vantagens trabalhistas.

Conforme a investigação, a trabalhadora era vítima de maus-tratos, por causa da condição degradante e por não receber acesso à saúde. Conforme relatado na denúncia recebida pelo MPF, a trabalhadora é surda e muda, nunca teve instrução formal e não possui o convívio social.

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