“Vamos até as últimas consequências”, diz Bolsonaro após decisão de Moraes sobre inserções
"Vamos até as últimas consequências", disse o presidente após ministro rejeitar argumentos do PL
• Atualizado
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (26) que sua equipe de campanha vai recorrer da decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, em relação às inserções de propaganda eleitoral em rádios. Na noite desta quarta, o ministro negou o pedido da campanha à reeleição para investigar a alegação de irregularidades e disse que elas não têm “indício mínimo de provas”.
“Nós iremos às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer fazer valer aquilo que as nossas auditorias constataram. Realmente um enorme desequilíbrio no tocante às inserções. E isso, obviamente, interefe na quantidade de votos no final da linha”, afirmou o presidente. “No que depender de mim, será contratada esta auditoria para uma terceira prova, se bem que nem precisava de outra prova. Sempre queremos e lutaremos por democracia, por respeito à Constituição e por respeito ao Estado Democrático de Direito. As eleições estão aí, mas sabemos que um lado, que é o meu lado, foi muito prejudicado”, acrescentou.
O mandatário se referiu a um relatório sobre a auditoria que apontou um desequilíbrio nas inserções de campanha eleitoral em rádios favorável a seu adversário, o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao lado do ministro da Justiça, Anderson Torres, Bolsonaro disse que mudou a rota da sua agenda oficial de campanha, dada a gravidade da situação. No Palácio da Alvorada, residência oficial em Brasília, ele começou a entrevista dizendo que sempre respeitou a Constituição Federal. “Eu sempre joguei dentro das quatro linhas, sempre respeitei a Carta maior. Passei por momentos difíceis, mas seguramos em nome da democracia. Nunca ouviram uma palavra minha para cercear a mídia ou quem quer que seja.”
O presidente ainda criticou a condução do ministro Alexandre de Moraes, que enviou o caso para ser apurado no âmbito do inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), de sua relatoria. O processo começou a ser analisado por Moraes na esfera do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Alexandre de Moraes matou no peito o processo, encaminhou para o Supremo, partiu em todo para o inquérido das fake news que ele mesmo conduz. Inquérito que ele [Moraes] é totalmente dono, inquérito que não segue a nossa Constituição, que não tem respaldo do Ministério Público”, afirmou o presidente.
Sobre as provas das supostas inserções — questionadas por Moraes –, Bolsonaro apontou uma falta de rigidez do magistrado em outros episódios desfavoráveis ao governo. O candidato à reeleição citou a prisão de empresários apoiadores do governo, que, por meio de aplicativo de mensagens, falaram sobre a possibilidade de um golpe caso Lula fosse eleito.
“Já vimos o TSE, por simples print de ‘zap’, investigar muito coisa, no caso dos 8 empresários, inclusive com busca e apreensão.”
O presidente repetiu que é um defensor do artigo 220 da Constituição, que trata da liberdade de expressão. E adiantou que a equipe jurídica da campanha vai recorrer, uma vez que segundo o presidente, o caso coloca em risco a democracia e o pleito do próximo domingo (30.out), segundo turno das eleições presidenciais.
Confira a íntegra do pronunciamento do presidente:
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