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Entrevista

Senador afirma que Bolsonaro participou de reunião para gravar Alexandre Moraes

Senador afirma que no encontro Daniel Silveira pediu para grampear ministro do STF

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto 1: Valter Campanato/Agência Brasil | Foto 2: Agência Senado
Foto 1: Valter Campanato/Agência Brasil | Foto 2: Agência Senado

Em entrevista a jornalistas, na manhã desta quinta-feira (2), o senador Marcos do Val (Podemos-ES), disse que participou de uma reunião na Granja do Torto para elaborar um plano para grampear o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A estratégia teria sido formulada pelo então deputado Daniel Silveira — que foi preso hoje no Rio de Janeiro.

Segundo Marcos do Val, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou do encontro em silêncio, mas que ouviu todos os detalhes do plano. Na conversa de hoje cedo, o senador disse que vai se manter no cargo, ao contrário do que havia afirmado na madrugada desta quinta-feira.

Marcos Do Val também negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro o coagiu para colocar em prática uma suposta operação golpista. Também disse que ainda não prestou depoimento e que tudo foi tratado com o ex-deputado Daniel Silveira.

Segundo o senador capixaba, ao tentar convencê-lo, Silveira teria dito que o ato seria “uma missão que salvaria o Brasil”. Marcos Do Val disse que pensaria, mas acabou rejeitando a proposta. Na saída do encontro que teria ocorrido na Granja do Torto, Do Val decidiu que iria procurar o ministro Moraes para avisá-lo sobre o plano. Foi então que, dias depois, o senador alertou o magistrado em um rápido encontro dos dois no salão branco do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, Moraes teria ficou surpreso com o conteúdo da reunião.

Em declaração no plenário, nesta quinta-feira (2) o senador Humberto Costa (PT-PE), disse que “se for verdadeira essa informação trazida por Marcos do Val, há indícios extremamente fortes de que a tentativa de golpe, que se compunha de uma série de ações e, sem dúvida, entre elas, a invasão das sedes dos Três Poderes que aconteceu aqui no dia 8 de janeiro. Nós temos aí indícios muito fortes da participação direta do Presidente da República, segundo o que disse Marcos do Val, do ex-Presidente. E, portanto, é de uma gravidade extrema. Eu creio que nada mais grave do que isso aconteceu se forem verdadeiras as denúncias, as palavras de Marcos do Val. Quero registrar aqui isso e dizer que nós vamos acompanhar tudo o que vai ser de desdobramento dessa situação”.

Também no plenário, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), cometou as declarações de Marcos do Val contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que “com relação à fala do senador Marcos do Val, ele já havia me relatado o que tinha acontecido, que isso iria ser trazido a público. Contudo, numa linha de que essa reunião que aconteceu, ela seria uma tentativa de um parlamentar de demover as pessoas que estavam nessa reunião de fazer algo absolutamente inaceitável, absurdo e ilegal. Peço que todos os esclarecimentos sejam feitos e eu não digo nem a abertura de inquérito porque a situação que foi narrada não configura numa espécie de crime, mas que todas os esclarecimentos sejam feitos para que não fiquem narrativas em cima de narrativas, no intuito de superar os fatos: o fato é que dia 31 de dezembro, presidente Bolsonaro deixou a Presidência”.

Há pouco, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta quint-feira (2) a Polícia Federal (PF) a ouvir o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que afirmou em redes sociais ter sofrido pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para defender o golpe de estado e negou a coação em entrevista.

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