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“Se Congresso derrubar veto do absorvente, saúde perde recurso”, diz Bolsonaro

Presidente provocou deputada a usar verba de gabinete para distribuir produto aos mais necessitados

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Anderson Riedel / PR
Foto: Anderson Riedel / PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo (10) que, se o Congresso derrubar o veto à distribuição gratuita de absorvente para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade ou privadas de liberdade, o governo tirará dinheiro das áreas da saúde e educação para bancar a medida. A declaração foi feita no Guarujá, no litoral paulista, onde o chefe do Executivo passa o feriado prolongado.

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Na tentativa de justificar o veto, Bolsonaro voltou a dizer que a projeto não apresentou a fonte de custeio: “Olha, a deputada, autora do projeto [Marília Arraes], ela sabe que a inteligência pode usar para o bem ou para o mal, igual uma arma, carro. Ela sabe que quando você apresenta um projeto que tem despesa, tem que apresentar fonte de custeio. Se eu sancionar, eu estou incurso em crime de responsabilidade, pelo artigo 85 da Constituição. Processo de impeachment”.

“Agora, ela podia já que, nessa linha, do tudo é fácil, ela poderia apresentar um projeto passando o salário mínimo para R$ 5 mil ou botar a a gasolina a R$ 3 mil, que é a mesma coisa. Apresenta, apresenta. Resolve na canetada as coisas, no voto. Isso é uma irresponsabilidade. Pega pessoas mais humildes, que precisam, a despesa ela alega em torno de R$ 100 milhões. É muito mais, pela quantidade de pessoas, pela distribuição. Ela bota distribuição gratuita. Não é a cegonha que vai levar o Modess [marca de absorvente] para o Brasil todo”, completou.

Vale absorvente discutido nas redes sociais

Ainda em sua fala, o presidente chegou a se referir à medida de distribuição como um “vale-Modess”. Além disso, disse que se uma fonte de custeio fosse apresentada, não teria problema em rever o veto. “Sei da dificuldade de comprar. Agora, fazem um cálculo de um preço lá embaixo. Não é verdade, é irreal. Agora, vale como troféu político: ‘está vendo o malvadão aí?’. Agora, muita gente vai ganhar voto em cima disso. Podia a Tabata, já que ela é mulher, pegar a verba de gabinete dela e comprar. Sei que não pode comprar isso, mas arranja uma maneira de atender a população mais necessitada”, disse, se referindo à deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), uma das responsáveis pelo projeto.

No Facebook, na noite deste domingo, a parlamentar disse que a declaração de Bolsonaro compõe “um infeliz retrato do que vem sendo lutar por políticas públicas sérias em um país em que a falta de escrúpulos e as bizarrices parecem ter tomado conta da política”.

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