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Caso Flordelis

Neta de Flordelis diz que lema da família era “negue até a morte, defenda-a até a morte”

A jovem relatou um cotidiano de agressões e opressões praticadas pela ex-deputada

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

“O lema era: negue até a morte, defenda Flordelis até a morte”. Foi assim que Rebeca R., neta da ex-deputada, definiu a dinâmica de poder entre a pastora e os mais de 50 filhos adotados por ela e pelo marido, o pastor Anderson do Carmo.

Em depoimento, nesta terça-feira (12), durante a primeira sessão do júri popular do assassinato de Anderson, a jovem de 17 anos, que é filha de um dos réus, o filho afetivo de Flordelis, Carlos Ubiraci, retratou um cotidiano de opressão e uma estrutura familiar pautada na hierarquia, cujo topo era ocupado pela ex-parlamentar e alguns filhos “preferidos”.

“Tinha que ficar quieto para não apanhar. Quem falasse, apanhava. Inclusive as crianças. A Flordelis batia nas crianças, ela e a Neinha [funcionária da casa]”, disse Rebeca, destacando que a pastora tratava alguns dos filhos e dos netos com desprezo.

A jovem também contou que, somente após a prisão do pai, ela, a mãe e a irmã puderam conquistar sua independência. “Meu pai era dependente da Flordelis. Agora não mais. Quando ele foi preso, saímos daquela casa e conseguimos nossa independência financeira: minha mãe trabalha, minha irmã trabalha e eu faço Jovem Aprendiz”.

A neta da ex-deputada comentou sobre a tentativa de envenenamento de Anderson do Carmo, meses antes do assassinato. Segundo ela, toda a família, inclusive o pastor, sabiam sobre a adição de substâncias letais em alimentos.

“Soube que a Marzi e Flordelis envenenaram o Anderson. Minha mãe foi parar em um hospital por causa de um suco, e a Taiane tomou um Yakult envenenado, que estava na geladeira do quarto da Flordelis. Todo mundo sabia da história do envenenamento. Até o próprio envenenado, só que ele não acreditava”, revelou a jovem.

Questionada por um dos jurados se a família sabia que a pastora costumava frequentar casas de Swing, Rebeca afirmou que a prática era mantida em segredo e disse ter ficado surpresa com a notícia. “Soube depois. Achei vergonhoso. Logo ela, que é pastora, em casa de swing. Falei: ‘Meu Deus, que vergonha!”, declarou a testemunha, negando, em seguida, os rumores de Anderson do Carmo teria assediado meninas da família.

O julgamento do caso Flordelis

Nesta terça-feira, teve início o júri popular de parte dos acusados do assassinato do pastor Anderson do Carmo, que foi morto a tiros, na madrugada de 16 de junho de 2019, na porta da casa onde vivia com Flordelis e os filhos.

Devido ao grande número de réus, o julgamento foi divido em duas sessões, sendo a primeira dedicada à análise das acusações apresentadas contra o filho biológico da ex-deputada, Adriano dos Santos Rodrigues, e os dois filhos adotivos, André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva. Também estão sendo julgados o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e a esposa dele Andrea Santos Maia.

Já a segunda fase do julgamento, que foi marcada para o dia 09 de maio, vai analisar as acusações apresentada contra a ex-deputada Flordelis, a neta, Rayane dos Santos Oliveira, e filha adotiva, Marzy Teixeira da Silva, e a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues.

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