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SC em seis meses

“Não deve interferir”, afirma o secretário da Comunicação de SC sobre diferença ideológica com Lula

Veja a avaliação do secretário da Comunicação de Santa Catarina João Debiasi sobre os seis primeiros meses de governo

• Atualizado

Renato Becker

Por Renato Becker

Foto: Guilherme Brittes / SCC SBT
Foto: Guilherme Brittes / SCC SBT

O secretário da Comunicação de SC, João Debiasi, avaliou os seis primeiros meses do governo em entrevista ao jornalista Roberto Azevedo, nesta quarta-feira (19). Acompanhado do governador Jorginho Mello, que esteve no SCC SBT para participar do programa Ponto e Contraponto, o secretário falou sobre o diagnóstico do planejamento da propaganda institucional, a relação com o governo Lula e gestão das informações, e sobre temas sensíveis, como a gripe aviária e a fila das cirurgias eletivas.

Diferença ideológica com o Governo Federal

“Esse ponto não pode e não deve interferir na gestão pública, administrativa e executiva, do poder executivo do Estado de Santa Catarina, com o poder executivo do país, portanto, o que hoje é administrado por um grupo ideologicamente oposto”, enfatiza o secretário sobre as diferenças ideológicas atrapalharem as conversas com o Governo Federal. Debiasi afirma que o governador e sua equipe estão em constante diálogo com todas as vertentes políticas.

Cirurgias eletivas

O secretário explica que o governo busca esclarecer para os catarinenses que algumas das propostas, como a de zerar as cirurgias eletivas, estão em andamento.

“A gente tem que entender que era uma demanda represada. Então aquela demanda represada ela começou a ser equacionada de forma muito célere”.

JOÃO DEBIASI

Para o secretário, as 60 mil cirurgias, das 105 mil que estavam represadas, são um indicador de sucesso. Debiasi destaca que muitas pessoas que contavam na fila, já haviam feito a cirurgia de outra forma ou tratado de alguma forma. O responsável pela comunicação do Estado destaca que em cirurgias de cardiologia pediátrica e de oncologia, os resultados são positivos.

“A parte das cirurgias infantis, andou bastante, também em cirurgias oncológicas, então se nós pegarmos a demanda reprimida, vamos chamar assim, os números são bastante satisfatórios”.

JOÃO DEBIASI

Confira a entrevista com secretário da Comunicação

Vídeo: SCC SBT

Leia a entrevista com João Debiasi na íntegra

“Primeiramente, agradecer pelo convite, um abraço sincero e caloroso a você e toda a família Amaral e a família SCC SBT. A propaganda institucional, ela tem visado, sobretudo, a questão de prestação de contas. E prestação de contas, a gente tem que sair da caixinha e achar que é uma mera contabilidade. De forma amigável e até efetiva aquilo que o governo tem feito nos últimos seis meses, em especial nos investimentos nas áreas mais importantes do Estado, como infraestrutura, educação, segurança. Então, são ações que a gente tem feito de forma frequente para que com o jornalismo, com a área da assessoria de imprensa e jornalismo, a gente possa prestar o melhor serviço e a melhor informação possível. A gente tem um país hoje que vive em momentos de definição e evidentemente o governador do Estado, ele é um opositor ao governo federal”.

“Esse posicionamento, claro, ele defendeu a candidatura de Jair Bolsonaro, nem poderia ser diferente até porque os dois são do mesmo partido. Essa situação interfere nessa relação institucional entre o governo de Sandra Catarina e o governo federal? Não atrapalha, Roberto, eu te explico o porquê. O governador Jorginho Mello, vou te passar aqui uma palavra dele, mas ele próprio sempre diz isso. Ele tem orgulho de ser político, não tem vergonha de ser político. Apesar da crise que a classe passa, e não é só no país, acho que é no planeta todo, ele entende que a missão dele é ser um homem político, um servidor político”.

“Ele (Jorginho Mello) entende que questões de ordem ideológica, elas precisam ser respeitadas, tanto as dele, o Jorginho Melo, as dele, do grupo político que ele representa, quanto as dos opositores. Isso é um ponto. Esse ponto não pode, não deve interferir na gestão pública, administrativa e executiva, do poder executivo do Estado de Santa Catarina, com o poder executivo do país, portanto, o que hoje é administrado por um grupo ideologicamente oposto. E o governador é muito hábil, a gente não pode esquecer a trajetória dele, que ele sempre foi um homem do parlamento. E o parlamento, por essência, é um poder que prima pela interlocução, equilíbrio e mediação de ideias. Então, tanto é que as tratativas que Santa Catarina precisou fazer, sob a liderança do governador Jorginho Mello, elas foram bastante positivas”.

“Para citar recentemente a questão da gripe aviária, tão logo o Japão suspendeu as importações em função do episódio de Maracajá, no outro dia o governador já foi recebido pelo ministro da Agricultura e bem recebido, entendendo a demanda. Então, isso é uma característica do homem público e do ser político Jorginho Mello, que entende que, olha, eu quero minhas questões ideológicas de valores respeitados e eu vou respeitar as de vocês, mas vamos lá, os interesses de Santa Catarina e do Brasil, como a gente vai sentar e conversar? E não é porque eu estou servindo de Santa Catarina na gestão dele que eu não poderia deixar de dizer, ele tem feito isso com primazia. Secretário nós temos assim situações muito pontuais do governo promessas de campanha efetivadas caso da universidade gratuito também a questão da fila de espera para surgir as eletivas no meio desse percurso também aconteceram fatos que infelizmente são hoje histórias, mas aconteceram como aquela tragédia em uma creche lá em Blumenau que fez com que o governo tivesse uma reação e colocasse policiais militares já na reserva remunerada para atuar nas escolas”.

“Eu vejo que existe um esforço do governo mostrar que está lá presente, mas parte do princípio de que também é preventivo. Perfeito. Com relação à universidade gratuita, eu até te agradeço a oportunidade, a gente pensa assim, poxa, o balanço do semestre tem que ser feito, na pior das hipóteses, na primeira semana do primeiro semestre. Mas a gente pediu essa licença para vocês, eu digo vocês, do SBT, como os outros veículos, a gente fez o seguinte apelo, vamos esperar passar a votação da universidade gratuita e a gente faz o balanço do semestre? Porque é uma temática que foi tema de campanha, promessa de campanha e interesse de grande parte das famílias catarinenses”.

“A gente acabou trazendo o balanço do semestre para agora. Mas veja, nós temos que ter, às vezes eu comento lá com a equipe da SECOM, que tão importante, em alguns casos, mais importante que o planejamento da comunicação é a capacidade de pronta resposta. Porque a comunicação, às vezes, a gente não tem a oportunidade de navegar longos mares por conta das tempestades. Então, eu digo para a equipe, olha gente, às vezes o ótimo é inimigo do bom e é melhor a gente ter capacidade de pronta resposta do que, vou ficar preso no planejamento, mas as circunstâncias são outras. Então, por exemplo, no episódio dramático e triste de Blumenau, tão logo ocorreu, todo mundo parou o que estava fazendo, núcleo de gestão de crise, o governador se deslocou para Blumenau, que é outra característica dele, a presença, ele evita, apesar da atividade, as pessoas estão acostumadas a ver os políticos na rua, em campanha, mas boa parte da atividade ela é de gabinete, não é o caso do governador Jorginho Mello, sempre que possível ele vai ao encontro da situação, nesse caso de Blumenau”.

“Por uma questão assim, primeiro, a estrutura de saúde, e não é crítico o que eu faço aqui, quem nos ouve, nos assiste vai entender, é uma constatação, a estrutura de saúde recebida ela estava muito, muito aquém daquilo que prevíamos durante o governo de transição. O que isso quer dizer? Que estruturas médico-hospitalares que esperávamos encontrar com determinada capacidade de resposta não estávamos dando essa capacidade de resposta. Esse é o ponto número um”.

“A gente tem que entender que era uma demanda represada. Então aquela demanda represada ela começou a ser equacionada de forma muito célere. Ocorre que uma pessoa que está em determinado número da fila ela pode ter sido curada, ela pode ter optado por outro tratamento, pode ter ocorrido N situações, porém, de cura, porém outras passaram a adquirir outro tipo de doenças, problemas e enfermidades. Mas, por exemplo, a parte das cirurgias infantis, ela andou bastante, cirurgias oncológicas, então se nós pegarmos a demanda reprimida, vamos chamar assim, os números são bastante satisfatórios”.

“Então, digamos, a grosso modo, a fila, a demanda, ela não vai zerar nunca, porque sempre vai surgir uma nova tecnologia de tratamento que vai requerer uma nova aquisição, ou pessoas que estavam desiludidas com determinada solução na sua enfermidade, passou a ter uma esperança, então entra na fila, então ela sempre vai estar girando essa fila. No entanto, a demanda é reprimida, os números são bastante satisfatórios, mas a ideia naturalmente é sempre avançar. Secretário, muito obrigado pela sua participação. Sucesso aí na empreitada. Obrigado, obrigado à imprensa catarinense de forma geral e o SBT em forma particular tem sido sempre parceiros em nome da transparência e fazendo valer uma diretriz que nos foi dada pelo governador Jorginho Meloli”.

“Esteja presente, converse sempre com os veículos e de forma muito tranquila, simples e honesta. Aquilo que a gente não souber responder ou não souber dar vazão, nós vamos dizer assim, olha, isso aí nós vamos precisar de mais um tempo para resolver, mas esse é o intuito. Obrigado”.

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