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Pandemia

Mandetta responsabiliza Bolsonaro, mas evita ataques em CPI

À frente da pasta no início da crise sanitária, Mandetta afirmou ter dado orientações ao presidente, inclusive defendendo medidas restritivas, mas teria sido ignorado

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi a primeira testemunha a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Ao longo das oito horas de oitiva, nesta terça-feira (4), Mandetta responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela má gestão da pandemia, mas evitou ataques diretos ao chefe do Executivo.

À frente da pasta no início da crise sanitária, Mandetta afirmou ter dado orientações ao presidente, inclusive defendendo medidas restritivas, mas teria sido ignorado. O ex-ministro indicou que Bolsonaro receberia um assessoramento paralelo, inclusive com participação de seus filhos.

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Questionado sobre o chamado “kit covid” – defendido por Bolsonaro e composto por medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 -, Mandetta afirmou que a Presidência cogitou mudar a bula da cloroquina para incluir a prescrição contra a covid e que a ordem para aumento da produção do remédio não partiu do Ministério da Saúde.

De acordo com Mandetta, o ministério apenas fez uma consulta ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para ter referência sobre o uso compassivo. Ou seja, a utilização do remédio quando não há outro recurso terapêutico.

“Ela não é aquela coisa de ‘se bem não faz, mal também não faz’. É um medicamento como todo medicamento, que há uma série de reações adversas”, afirmou.

Sobre as vacinas, o ex-ministro disse que no período em que estava no cargo os estudos dos imunizantes ainda eram incipientes, e que não teve a oportunidade de negociar a compra desses produtos. “Na minha época não foi oferecido Eu rezava muito para que fosse. Eu teria ido atrás [das vacinas] como um prato de comida. Sabemos que a saída [para a pandemia] é a vacina.”

A avaliação de senadores é de que, em seu depoimento, Mandetta destacou o trabalho técnico e pautado pela ciência que exerceu à frente do ministério, sem politizar o discurso.

Próximos dias

Nesta quarta-feira (5), a CPI ouvirá o sucessor de Mandetta no Ministério da Saúde, o médico Nelson Teich. A oitiva dele estava prevista também para esta terça-feira, mas acabou adiada após o general Eduardo Pazuello informar que não poderia comparecer ao colegiado.

Uma das testemunhas mais esperadas da comissão, Pazuello prestaria depoimento na quarta-feira, mas alegou ter tido contato com pessoas com suspeita de covid-19 no fim de semana. Com isso, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-BA), remarcou o encontro para 19 de maio.


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