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Mais da metade dos brasileiros não conhecem os canais contra a corrupção

A pesquisa também apontou que 40% dos entrevistados já foram vítimas de extorsão ou conhecem alguém que tenha sido

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Pesquisa realizada pelo Instituto Não Aceito Corrupção (Inac) em parceria como Instituto QualiBest, indica que 55% dos brasileiros não conhecem ou não sabem quais os canais de denúncias contra a corrupção de seu município e 34% responderam que conhecem, mas nunca usaram. Foram ouvidas, por meio de um questionário online, 1.600 pessoas em todas as regiões do país, sendo a maioria da classe C. 

Os institutos quiseram captar como os brasileiros entendem o que é a corrupção a partir de experiências cotidianas. Eles foram convidados a opinar sobre atitudes socialmente aceitáveis, por meio de exemplos práticos. Responderam questões sobre o que acham se um motorista oferecesse “ajuda financeira” ao guarda para não ser multado no trânsito; se fariam falsificação de documentos para obter algum tipo de vantagem ou o que acham de não pedir nota fiscal ou recibo para pagar menos por um serviço ou produto. Indagados sobre essas e outras questões, eles responderam se condutas assim são muito aceitável ou nada aceitável.

A avaliação, mais focada na esfera municipal, apontou que 40% dos entrevistados já foram vítimas de extorsão ou conhecem alguém que tenha sido. Mas, mesmo assim, falta conhecimento sobre os canais indicados para denúncias de corrupção. 

O presidente do Inac e procurador de justiça criminal do Ministério Público de São Paulo, Roberto Livianu, chamou atenção para a importância da necessidade de aprimoramento do acesso aos canais de denúncias de irregularidades nos 5.568 municípios brasileiros.

“A falta de conhecimento das pessoas em relação aos órgãos de controle interno demonstra que é necessário melhorar o acesso aos serviços de ouvidorias e demais órgãos de controle”, destacou Livianu. Ele concluiu com um alerta para a aproximação entre pessoas e Estado. “A pesquisa mostra que é necessário evoluir nesse ponto, criando uma porta amigável ao cidadão”.

Corrupção

Quando perguntados sobre prioridades, os eleitores ouvidos destacaram a solução de problemas nas áreas de saúde e educação. A saúde figurou como a primeira preocupação de 26% dos ouvidos, a educação apareceu em segundo lugar com 23%, seguido do desemprego com 13%. Apenas 11% indicaram a corrupção como a temática mais prioritária a ser resolvida.

Há menos de 20 dias do primeiro turno das eleições, o cenário é bem diferente do pleito de 2018, quando o tema figurava entre as prioridades das campanhas e dos anseios dos eleitores.

O levantamento mostrou ainda que entre as condutas mais reprováveis pelas pessoas ouvidas está a prática de ser nomeado para um cargo de confiança, receber salário, mas não comparecer ao trabalho. O pagamento de cestas básicas, remédios, ou qualquer outra vantagem em contrapartida do voto do eleitor ou para conseguir mais agilidade na tramitação de processos dentro de um órgão público, também foram atitudes recriminadas e classificadas como nada aceitáveis.

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