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Lula mantém Juscelino e cobra apoio do União Brasil na base aliada

Ministro disse que esclareceu ao presidente "acusações infundadas" e fez promessas para Comunicação

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: José Cruz / Agência Brasil
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde de segunda-feira (6), o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), relatou pelas redes sociais que a conversa foi “muito positiva” e que esclareceu o que chamou de “denúncias infundadas”. Juscelino contou que aproveitou o diálogo para detalhar alguns dos vários projetos e ações da pasta. 

“Falamos da expansão do 5G, de conectividade em escolas e ações do Norte e Nordeste Conectado”, disse o Ministro das Comunicações.

Juscelino informou ainda na postagem que ele e Lula devem inaugurar, ainda neste mês, a Infovia01, entre cidades de Manaus e Santarém. O projeto do Ministério das Comunicações amplia o acesso à internet na Região Amazônica.

As declarações indicam que o ministro permanece no cargo, mesmo após denúncias de irregularidades no uso de uma avião da Força Área Brasileira (FAB) para fins particulares e o recebimento ilegal de diárias do Ministério.  

Lula teria dado o voto de confiança a Juscelino para garantir que o ministro se empenhe em angariar votos da sua sigla, União Brasil, ao governo do PT no Congresso. A legenda tem se declarado independente e está dividida sobre integrar a base aliada de Lula.

Nos últimos dias, o ministro vem enfrentando uma série de pressões e denúncias por supostamente ter utilizado um avião FAB para compromissos pessoais envolvendo cavalos de raça, entre 26 e 30 de janeiro, além de ter recebido quatro diárias, apesar de não ter trabalhado no fim de semana.

O jornal O Estado de S. Paulo, que apresentou as denúncias, já havia divulgado a destinação de verba pública, pelo ministro, para asfaltar uma estrada que corta a própria fazenda, no Maranhão.

Repercussão

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT-PR) na última sexta-feira (3) chegou a sugerir o afastamento do ministro até o fim das apurações, para evitar constrangimento ao Governo Lula. “Acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso impede o constrangimento de parte a parte”, disse a petista.

Em resposta às declarações de Gleisi, o União Brasil, partido de Juscelino Filho, no domingo (5) divulgou nota assinada pelos líderes na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e no Senado, Efraim Filho (PB). O documento diz lamentar que a presidente do PT utilize “dois pesos e duas medidas para tratar de assuntos inerentes à vida pública”.

“Quando atitudes dos seus aliados são contestadas? E não faltaram acusações a membros do PT na história recente do país? A parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, escreveu o partido.

Antes de ouvir as explicações do ministro das Comunicações, Lula havia dito no dia 2 de março ao jornalista Reinaldo Azevedo, para a BandNews FM, que, se Juscelino não conseguisse se explicar, estaria fora do governo.

“Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino. O ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo um encontro das Comunicações. Eu já pedi para o ministro Rui Costa convocar ele para segunda-feira a gente ter uma conversa, porque ele tem direito de provar a sua inocência. Mas se ele não conseguir provar a sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse Lula, na última semana.

Defesa do ministro

Em nota divulgada no dia 2 de março, pelo Ministério das Comunicações, Juscelino Filho negou irregularidades, apesar de ter dito que as diárias já haviam sido devolvidas. “Após averiguação nos últimos dias acerca do que ocorreu com a viagem de São Paulo, informamos que já foram devolvidas as diárias referentes à viagem”, diz o texto.

Nesta segunda-feira (6) antes da conversa com Lula, o ministro divulgou um vídeo explicando ponto a ponto as denúncias classificadas como “injusta distorção dos fatos”. Admitiu que por um erro no sistema recebeu diárias a mais, mas que todas foram devolvidas antes de a polêmica vir a público. 

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