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Lula diz que se ministro não provar inocência, estará fora do governo

Ministro teria usado recursos públicos e avião da FAB para visita a leilões de cavalo

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Lula e Juscelino Filho (União Brasil) na posse em 1º de janeiro, no Planalto | Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Juscelino Filho (União Brasil) na posse em 1º de janeiro, no Planalto | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (2) que se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), não provar a sua inocência estará fora do governo. O petista adiantou que se reunirá com o ministro nos próximos dias para esclarecer os episódios.

“Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino. O ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo um encontro das Comunicações. Eu já pedi para o ministro Rui Costa convocar ele para segunda-feira a gente ter uma conversa, porque ele tem direito de provar a sua inocência. Mas se ele não conseguir provar a sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse Lula.

As declarações foram dadas durante entrevista do petista ao jornalista Reinaldo Azevedo, para a BandNews FM. Segundo reportagem publicada pelo O Estado de São Paulo, o ministro Juscelino usou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar de um leilão no interior de São Paulo e ocultou, pelo menos, R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto do ano passado, quando registrou sua candidatura a deputado estadual.

Ainda segundo denúncias do jornal, o político pediu um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para agendas na sede da Claro, em São Paulo, e realizou ainda uma visita ao Escritório Regional da Telebras. Pela viagem, entre entre 26 e 30 de janeiro, o chefe da pasta das Comunicações recebeu quatro diárias e meia, apesar de não ter trabalhado no fim de semana. Depois dos compromissos oficiais, ele compareceu a um leilão de cavalos de raça e chegou a inaugurar uma praça em homenagem a um cavalo de seu sócio, segundo o jornal.

Juscelino participa e organiza leilões pelo país, de acordo com o Estadão.

O ministro se defende

Em nota divulgada, nesta quinta-feira (2), pelo Ministério das Comunicações, Juscelino Filho nega irregularidades, no entanto diz que as diárias já foram devolvidas. “Após averiguação nos últimos dias acerca do que ocorreu com a viagem de São Paulo, informamos que já foram devolvidas as diárias referentes à viagem”, diz o texto.

A nota admite programação particular no fim de semana e esclarece: “No referido final de semana subsequente ao cumprimento da agenda oficial, o ministro usufruiu, sim, do seu direito de praticar atividades de foro particular em São Paulo. Portanto, é inaceitável aventar qualquer prática ilegal, tampouco imoral da autoridade pública ao desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso, no caso em questão”, diz o documento.

Zanin no STF

Ainda nesta quinta-feira (2) em conversa com Reinaldo Azevedo, indagado sobre a próxima indicação a uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lula admitiu que pode indicar o advogado Cristiano Zanin, no entanto, garantiu que ainda está “consultando muita gente” antes de tomar uma decisão.

“Hoje, se eu indicasse o Zanin, todo mundo compreenderia que ele merecia ser indicado. Tecnicamente, ele cresceu de forma extraordinária. É meu amigo, meu companheiro, como outros são meus companheiros”, disse Lula sobre o jurista.

“A pessoa tem que ter caráter. Eu vou levar em conta o caráter. Não só isso. Mas vou levar em conta. Eu consulto muita gente. Consulto advogados, consulto muita gente de outros estados para saber”, acrescentou. 

Zanin foi advogado de Lula na época em que o presidente se defendia dos processos da operação Lava-Jato. 

Lula terá em 2023 duas indicações para vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira de Ricardo Lewandowski que se aponta em maio, e a segunda da atual presidente da Corte, ministra Rosa Weber, que deixará o tribunal em outubro. 

“Eu posso escolher três, possivelmente dois, depende se houver uma antecipação de aposentadoria. Sempre pode acontecer. Mas o critério será o mesmo. Primeiro: notório saber jurídico, porque a escolha não é para mim. É para a nação. O cara tem que ser cumpridor da Constituição”, afirmou.

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