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CÚPULA DO MERCOSUL

Lula cobra alerta para ‘catástrofe humanitária’ na Venezuela

Lula falou sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia e alertou sobre a situação da Venezuela

• Atualizado

Redação

Por Redação

Lula cobra alerta para ‘catástrofe humanitária’ na Venezuela | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula cobra alerta para ‘catástrofe humanitária’ na Venezuela | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã deste sábado (20) na abertura da Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu (PR). No discurso, Lula defendeu o acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia e faz duras críticas a uma possível intervenção dos Estados Unidos na Venezuela. Para Lula, uma ação militar no país vizinho representaria uma “catástrofe humanitária” e um risco à estabilidade global.

No pronunciamento, o presidente alertou para o retorno de tensões geopolíticas na América do Sul e como uma guerra resultará em “catástrofe humanitária” a Venezuela. “Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, afirmou.

Lula na Cúpula do Mercosul

O encontro do Mercosul estava inicialmente marcado por um clima de celebração, com a expectativa de assinatura do acordo comercial entre o bloco e a União Europeia, negociado há mais de 25 anos. No entanto, um pedido da Itália adiou o desfecho do entendimento para, ao menos, o início de 2026.

Lula lamentou a falta de definição por parte dos europeus e cobrou decisão política para concluir as negociações. Segundo o presidente, líderes da União Europeia solicitaram mais tempo para discutir medidas nacionais de proteção agrícola. “Recebi ontem, do presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, uma carta em que ambos manifestam expectativa de ver o acordo aprovado em janeiro. Sem vontade política e coragem dos dirigentes, não será possível concluir uma negociação que se arrasta por 26 anos”, declarou.

Apesar do adiamento, o presidente disse que o Mercosul vai buscar novos parceiros comerciais. “O mundo está ávido para fazer acordo com o Mercosul. Muitos países querem negociar com o bloco, e nós certamente vamos conseguir avançar em acordos que não foram possíveis em outras fases”, afirmou.

Negociações e cenário internacional

Na sexta-feira (19), o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo brasileiro espera que o adiamento da assinatura do acordo com a União Europeia seja curto. Segundo ele, o pacto é estratégico não apenas para os dois blocos, mas também para o comércio global. “É uma sinalização de que é possível avançar com o livre mercado e com o multilateralismo”, disse.

O acordo enfrenta resistência na Europa, especialmente de agricultores, que temem prejuízos com a entrada de produtos sul-americanos. Ainda assim, lideranças europeias demonstraram confiança de que o tratado possa ser assinado em janeiro, mesmo diante de apoio insuficiente durante a cúpula.

Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou estar otimista com avanços em outras frentes comerciais. O governo brasileiro trabalha para ampliar linhas tarifárias de preferência com o México, além de negociar novos acordos com Índia, Canadá e Emirados Árabes Unidos.

Sobre as recentes mudanças tarifárias adotadas pelo México, o vice-presidente minimizou os impactos. Segundo ele, a estimativa inicial de prejuízo de US$ 1,6 bilhão em exportações foi revista para cerca de US$ 600 milhões, após ajustes na legislação mexicana.

A cúpula destaca o papel do Mercosul como ator estratégico no cenário internacional, em meio a disputas geopolíticas, entraves comerciais e à busca por novos acordos que ampliem a presença do bloco no comércio global.

*Com informações do SBT News


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