Líder do MST admite que dentro do movimento há oportunistas
As declarações foram das em resposta ao relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP)
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Depondo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (15), o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, admitiu que dentro dos acampamentos deste há “muitos oportunistas”, isto é, pessoas que querem explorar o trabalho do outros.
Entretanto, disse que essas pessoas nesses locais só causam problema ao movimento e que este possui formas de combater os oportunismos: quatro princípios organizativos incorporados ao MST e que protegem os interesses da comunidade.
Entre os princípios, o de que tudo precisa ser coletivo, ou seja, em forma de comissão; o de divisão de tarefas; o de que é preciso ter disciplina (a maioria decidiu, vão obedecer); e o de que é necessário estudar. “O fato de ser camponês, no nosso caso, não lhe dá o direito de ser ignorante”, ressaltou Stédile.
As declarações foram das em resposta ao relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP); ele havia perguntado qual a visão do líder do MST sobre uma eventual liderança que se valha do grupo de pessoas dentro do movimento e dos processos de invasão de terra:
“Para em algum momento reverter parte desse trabalho em beneficio econômico pessoal, amealhando bens, verbas, renda, em detrimento daqueles que estão engrossando as fileiras”.
Antes de fazer a pergunta, Salles, pontuou:
“Eu entendo que uma pessoa na sua posição, com a visão que o senhor tem, a história que tem, não coaduna, não se alinha com uma série de práticas que eu diria, vou usar um termo genérico aqui, capitalistas, de diversas lideranças do setor, em diversos estados, que nós fomos idenfiticando ao longo da CPI e que embora se valham da discussão pela terra, ideológica, etc., denotem em muitos casos um interesse tangível econômico muito claro”.
Stédile depôs acompanhando de seus advogados. No início da reunião da CPI, Salles disse que ao receber o representante nacional do MST, o colegiado estava “convergindo as diferentes realidades regionais”. “Através das diligências da CPI nós estivemos em São Paulo, do Pontal do Paranapanema, em Alagoas, em Goiás”.
Ele prosseguiu:
“Ouvimos ex-membros do grupo aqui do DF, enfim, para além da dirigiência na Bahia, que já está programada para a próxima semana. Suprimindo as diferenças regionais, a oportunidade de poder conversar com o líder nacional traz um caráter de representatividade de abrangência de todo o movimento, em todo o país”.
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