Inquérito revela plano do PCC em execução contra Moro; veja detalhes
Os crimes envolviam ainda atentados simultâneos em pelo menos cinco estados contra outras autoridades
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O inquérito da Polícia Federal (PF) que embasou as ordens de prisões e buscas e apreensões contra integrantes do PCC que tinham um plano em execução para sequestrar e até executar o ex-juiz Sérgio Moro, atual senador pelo União Brasil-PR, e familiares. O plano foi frustrado nesta quarta-feira (22) com a deflagração da Operação Sequaz.
Os crimes, que envolviam ainda atentados simultâneos em pelo menos cinco estados contra outras autoridades, seria uma retaliação do comando da facção ao endurecimento das penas. As medidas foram adotadas entre 2019 e 2020, quando Moro era ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PL).
O plano orquestrado por um núcleo especial do PCC denominado Sintonia Restrita, segundo as apurações, tinha registro das atividades, planos coordenados e estava em execução. Tudo era monitorado pela PF e pelo Ministério Público.
O senador Moro e o promotor Lincoln Gakiya, de São Paulo, que há 20 anos combate o crime organizado e viu nascer e crescer o PCC, eram dois dos alvos. Pelo menos dez outras pessoas estão na lista. Nesta quinta-feira, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ironizou o plano de atentado alvo da operação da PF.
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Nesta quinta-feira (23), a Justiça Federal de Curitiba tirou o sigilo do processo, em que foi deflagrada a Operação Sequaz. Os documentos mostram um plano avançado do PPC.
“Temos como comprovada a atuação dos criminosos na cidade de Curitiba/PF, há pelo menos seis meses, com presença física dos investigados, veículos, bem como ações voltadas para a prática dos crimes em apuração”, informa documento do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), da PF.
O plano de ataques coordenados a autoridades nacionais estava em fase avançada, com monitoramento de alvos em execução desde final e janeiro, aluguel de imóveis próximos aos endereços e veículos blindados.
Os investigadores mostraram também que o monitoramento de Moro e as ações no Paraná contra ele. O ex-juiz da Lava Jato e atual senador é chamado pelos criminosos pelo códio Tókio.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, a fase tinha passado do planejamento e estava em execução. Há registro nos autos dos imóveis usados pelos alvos.
Os alvos dos 11 mandados de prisão da Sequaz tinham como alvos essas lideranças. Todos criminosos conhecidos das autoridades de São Paulo, que combatem a escalada da violência da maior facção criminosa, que domina os presídios do país, o PCC, contra autoridades.
Um dos trechos do documento da PF em que se justifica a necessida das prisões e buscas, foi apontado os imóveis usados pelo PCC, os registros de anotações sobre o custo em Curitiba, entre outras provas, que evidenciam que o grupo estavam executando a ação.
Sequaz
Os criminosos são traficantes, sequestradores, assassinos, condenados, foragidos e alguns que foram recentemente liberados. Um deles é Patrick Uelinton Salomão, o Forjado, do alto escalão do PCC, que deixou a Penitenciária Federal de Brasília, em 2022, após quase 16 anos de prisão, e segue foragido.
Outro nome de destaque é Valter Lima Nascimento, o Guinho ou Zoinho, traficante ligado a um nome forte do PCC, o Gilberto Santos, o Fuminho, e que foi preso em 9 de janeiro deste ano, em São Paulo, por policiais da Rota.
Dos 11 cabeças identificados e alvos dos mandados de prisão desta quarta-feira, nove foram detidos. A maioria no interior do estado, na região do complexo penitenciário Campinas-Hortolândia. Dois alvos estavam em Guarujá (SP) e São Paulo.
A operação foi resultado do monitoramento que a polícia e o MP paulista fazem de membros da facção. Em janeiro foi detectado o plano de ataque, em especial, envolvendo a família de Moro. A PF, a Polícia Legislativa do Senado e os alvos foram avisados pelo MP paulista. Houve reforço na segurança dos alvos e os dados foram compartilhados com policiais federais.
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