Governo quer avançar na denúncia de pedras preciosas dadas a Bolsonaro na CPMI
Parlamentares vão insistir no acesso às contas de Michelle Bolsonaro para apurar esquema
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A base do governo no Congresso planeja avançar em informações para apurar o suposto envolvimento da família Bolsonaro em um esquema envolvendo pedras preciosas. A denúncia veio à tona na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), onde parlamentares se movimentam para receber informações financeiras da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Se conseguirem chegar a um acordo, o pedido poderá ser votado na próxima terça-feira (8), no mesmo dia em que a comissão vai ouvir o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro Anderson Torres.
As movimentações para que a CPMI determine a apresentação de um Relatório de Inteligência Financeira começaram na última semana, após a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmar que a comissão teve acesso a e-mails que indicam que Michelle e o ex-presidente Jair Bolsonaro teriam sido presenteados com pedras preciosas durante campanha em Teófilo Otoni, Minas Gerais. Os itens não teriam sido declarados a pedido do tenente-coronel Mauro Cid.
Entre o parlamentares, a suspeita é de que as pedras preciosas sejam oriundas do garimpo ilegal. Conforme apurou o SBT News, elas teriam sido presenteadas por um empresário que já respondeu pelo crime na região. A documentação, que reúne mais de mil e-mails, está sendo avaliada para ser levada à CPMI na terça.
Além das negociações para apurar o caso na comissão, parlamentares fizeram pedido para que o tema seja investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em parte da ação, os políticos afirmam haver um e-mail intitulado “Presente PR”, enviado em 27 de outubro de 2022, com a seguinte mensagem:
“36. PRESENTE PR: Em 27/10/2022 foi guardado no cofre grande, 01 (um) envelope contendo predas (sic) preciosas para o PR e 01 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD, recebidas em Teófilo Otoni em 26/10/2022. A pedido do TC Cid, as pedras não devem ser
cadastradas e devem ser entregues em mão para ele. Demais dúvidas, Sgt Furriel está ciente do assunto”.
O avanço na CPMI depende de um acordo a ser costurado com os demais parlamentares da comissão, mas a expectativa, conforme apuração da reportagem, é de que as novas denúncias contra o ex-presidente que apontam venda de um relógio da marca Rolex, devem pressionar a evolução do caso.
Semana da CPMI
Além das denúncias, a comissão prevê ouvir depoimento do ex-ministro Anderson Torres na sessão de 3ª feira. Ele ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal à época das invasões aos Poderes em 8 de janeiro.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), a expectativa é que o próximo a comparecer ao colegiado seja o hacker Walter Delgatti Neto, que teve convocação aprovada na última semana. Responsável pela chamada “Vaza Jato”, que denunciou troca de mensagens entre juristas que atuaram na operação Lava Jato, ele está preso após operação da Polícia Federal, que aponta contratação dele por parte da deputada Carla Zambelli. Ela teria efetuado pagamentos para que ele invadisse sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de inserir documentos como alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
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