Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


Política Compartilhar
Costuras do governador eleito

Governabilidade ainda é a palavra-chave para Jorginho

Sucessão na presidência da Assembleia entra no contexto da composição da base de apoio

• Atualizado

Por

FOTO: PEDRO SCHMITT/ALESC
FOTO: PEDRO SCHMITT/ALESC

Não há governo que consiga ter sucesso sem base de apoio forte e a maioria na Assembleia, máxima que vale para o governador eleito Jorginho Mello (PL), mesmo que parta de uma bancada de 11 parlamentares do mesmo partido e tenha a experiência de sobra do futuro mandatário do Executivo nestas costura.

Se Jorginho possui o apoio incondicional dos deputados eleitos pelo PL, algo que o tempo há de ratificar ou desmentir, diante da independência e personalidade forte de cada um dos componentes, já chamados de “os 11 furiosos”, a escolha do próximo presidente do parlamento catarinense será um ponto de apoio para que se alavanque uma composição de maior porte, que sobreponha eventuais instabilidades e variação de humor entre o aliados do novo governador.

O perfil conciliador do próximo chefe do Legislativo Estadual tem que ser mais do que um pré-requisito, trata-se de uma necessidade para administrar, de cara, a mesma ebulição polarizada que dominou a eleição, que ora corre entre os gabinetes e irá ao plenário depois de passar pela comissões com jeito de terceiro turno.

Estas diferenças não servem para a administração que será inaugurada dia 1° de janeiro próximo em Santa Catarina, tampouco fomentar uma disputa entre Mauro De Nadal (MDB), José Milton Scheffer (PP) e Marcos Veira (PSDB), só para provar que o Centro Administrativo tem força, desenho que não conseguiu sair da prancheta ou da tela do tablet até agora, uma interferência que não se coaduna com a realidade política atual.

Mesmo no PL há dúvidas sobre articulação

Mauro De Nadal é o favorito e tem percorrido gabinetes e estreitado contatos em busca de mais de 21 votos em plenário, fator matemático que puxa o restante dos parlamentares para a construção do consenso.

Com seis deputados, o MDB tem a segunda maior bancada da próxima legislatura o que avançaria na direção da construção da maioria, além de que os próprios deputados do PL não estariam fechados com o projeto alternativo.

Maurício Eskudlark, atual primeiro vice-presidente da Assembleia, vê dificuldades, por exemplo, se prevalecer um apoio do novo governo a Zé Milton, capaz, na opinião o experiente parlamentar que vai para o quarto mandato, de provocar ruídos entre outras bancadas, como as do PSD e do União Brasil, além obviamente com os emedebistas.

Um dos entusiastas da ideia de deixar o MDB de lado, rachando a bancada, é o deputado Ivan Naatz, atual líder do partido, cotado para ser o líder do governo a partir de fevereiro, que seguiu a orientação de Jorginho para que nenhum deputado do partido do governador liderasse uma chapa ao comando do Legislativo ou mesmo seja chamado para ocupar uma pasta no Exexcutivo.

Para tanto, faltam votos e uma clara sinalização de um dos caciques da casa, o deputado Julio Garcia (PSD), que não respalda a proposta oficialmente, embora há quem veja nele a alternativa para evitar conflitos de monta.

Outro cenário é o da participação no governo de Jorginho

O governador eleito não convidou o MDB para participar da administração dele, o que é visto pelo presidente da Assembleia Moacir Sopelsa como a razão de não ter sido respondida pergunta se a maior sigla do Estado estará na nova administração.

O deputado Valdir Cobalchini, eleito para a Câmara dos Deputados, também se apressou em dizer que não foi contatado por Jorginho na especulada ida para a Secretaria da Infraestrutura e que prefere o desafio de representar o Meio-Oeste em Brasília.

Aliás, foi por conta de um movimento na bancada federal, com a confirmação da deputada Carmen Zanotto (Cidadania) para a Saúde, que Jorginho conheceu a primeira reação da própria bancada do PL, quando o deputado Jessé Lopes criticou, via redes sociais, o fato de ter sido aberta a vaga na Câmara para o retorno de Geovania de Sá (PSDB) para o plenário, uma potencial pré-candidata à prefeitura de Criciúma, base do parlamentar que reclama e dos deputados federais Julia Zanatta (eleita) e Daniel Freitas (reeleito).

>> SIGA O SCC10 NO TWITTERINSTAGRAM E FACEBOOK.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.