Gonçalves Dias afirma que defendeu o Palácio do Planalto de “levante anti-democrático”
O ministro pediu exoneração depois da divulgação de imagens que o mostravam circulando pelo Palácio do Planalto em meio às invasões bolsonaristas
• Atualizado
Em depoimento nesta quinta-feira (22), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, afirma que defendeu o Palácio do Planalto de um “levante anti-democrático” no dia 8 de janeiro. Dias foi ouvido como testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os ataques do dia 8 de janeiro em Brasília.
“Naquele dia foram cometidas agressões impensáveis à democracia brasileira. Eu era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Cabia a mim preservar a sede do poder executivo. No dia 8 de janeiro, defendi o palácio no meio de um levante anti-democrático”, afirmou o General.
Marco Edson Gonçalves Dias foi indicado pelo presidente Lula para integrar o governo, mas acabou pedindo exoneração após a divulgação de imagens que o mostravam circulando pelo Palácio do Planalto em meio às invasões bolsonaristas. Ele afirmou aos deputados distritais que a divulgação dos vídeos foi “imprecisa e desconexa”.
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Gonçalves Dias detalhou a cronologia dos acontecimentos do dia 8 de janeiro e afirmou que “fez tudo” o que estava ao seu alcance.
“Claro que tive o ímpeto de agir. Mas concentrei-me em retirar os vândalos do Palácio o mais rápido possível, de preferência, claro, sem baixas e confrontos sangrentos”, explicou.
O general afirma que se concentrou em manter o gabinete do presidente “indevassado” e, para isso, deu ordem para que os invasores fossem retirados do 4ª e 3º andres do Palácio e fossem presos no 2º andar. Dias afirma que 182 pessoas foram presas a partir das determinações dele.
Ele afirmou que as informações a que tinha acesso antes do dia 8 não apontavam anormalidade e que, no dia dia 6 de janeiro, 6ª feira, a Secretaria de Segurança do DF assegurava que tudo estava sob controle.
Investigação dos atos
No dia 1º de junho, a CPI da Câmara do DF ouviu o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Jair Bolsonaro. Ele negou a existência de um plano de golpe de Estado orquestrado no governo Jair Bolsonaro (PL) e disse nunca ter tratado sobre o assunto com o ex-presidente.
G. Dias também foi convocado para prestar depoimento na CPMI do Congresso Nacional que investiga as invasões. Nesta quinta-feira (22), a comissão recebe George Washington Sousa, preso por planejar um atentato em Brasília.
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