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Investigações

Esposa de policial suspeito de rastreamento ilegal de políticos se pronuncia: “uso das instituições na tentativa de me abalar”

A vereadora Christiane Stuart, de Itajaí, afirma que não vê motivos para o esposo ter feito o que o acusam

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Após o celular de um policial civil ser apreendido por suspeita de rastreamento ilegal de duas autoridades políticas em Itajaí, a esposa do agente, vereadora Christiane Stuart, se pronunciou sobre o caso por meio de uma nota. Segundo ela, a ocorrência se trata do “uso político das instituições na tentativa de abalar” a imagem dela.

Em conversa com a equipe do SCC10, a vereadora afirma que não vê motivos para o esposo ter feito o rastreamento que acusam e também menciona o trabalho dos agentes, “que cumpriram a busca com muita educação e respeito”.

Christiane ainda afirma, pela nota, que o mandado judicial cumprido contra o esposo deveria ocorrer sob sigilo judicial, mas não aconteceu uma vez que havia repórteres no local para noticiar a ação. Para ela, trata-se de “um claro vazamento de informações com um único objetivo: o de macular minha imagem. Isso sim deve ser apurado, o vazamento das informações com má-fé se enquadra na nova lei de abuso de autoridade.”

Segundo as investigações, o policial teria instalado aparelhos ilegais no carro de uma assessora do Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, e no veículo do secretário de Desenvolvimento Econômico do município e vereador eleito, Thiago Morastoni para fazer rastreamento.

Morastoni também se pronunciou sobre o caso e afirmou, por nota, que ficou surpreso ao descobrir quem seria suspeito do crime, “porque jamais poderíamos imaginar que pessoas tão próximas seriam capazes (…). Tanto o suspeito de ser o dono do rastreador, o policial civil, quanto a esposa dele conviviam pacificamente comigo em eventos e nos espaços públicos, como no próprio gabinete do prefeito, onde sempre foram muito bem recebidos”.

Segundo o vereador, ele tomou conhecimento de que o carro estava com rastreador ilegal no dia 5 de agosto. Ao registrar o caso na Polícia Civil, ele foi orientado a permanecer com o rastreador por mais 20 dias para que a investigação fosse possível.

Em relação à fala da vereadora sobre o uso “uso político das instituições na tentativa de abalar” a imagem dela, a Polícia Civil foi procurada pelo SCC10 para saber o posicionamento, e afirmaram que não irão se manifestar a respeito.

Confira a nota na íntegra da vereadora Christiane Stuart

Lamento, mais uma vez, o uso político das instituições na tentativa de abalar minha imagem. Após não terem sucesso em investida judicial contra minha pessoa, o alvo passou a ser o meu esposo.

No cumprimento de um mandado judicial em minha residência, em um procedimento que deveria ocorrer sob sigilo, havia repórteres para fotografar a ação, num claro vazamento de informações com um único objetivo: o de macular minha imagem.

Isso sim deve ser apurado, o vazamento das informações com má-fé se enquadra na nova lei de abuso de autoridade.

É preciso registrar que o mandado não tinha como alvo a minha pessoa e, pelas informações iniciais apuradas, tinham como fundamento prova obtida unilateralmente e passível de adulteração, sem a fé pública necessária, razão pela qual, o sigilo das investigações e a não exposição minha e do meu esposo deveria ser o norteador dos procedimentos judiciais e policiais.

Ressalto ainda que a proximidade de decisões políticas importantes da cidade, faz com que adversários inconformados com reiteradas derrotas políticas, tentem atacar novamente a minha imagem de vereadora e, lamentavelmente, utilizam minha família como alvo, a quem peço desculpas por todo desconforto.

Estou na vida pública há dezesseis anos e me orgulho muito de ter a ficha limpa. Os gestores públicos estão sujeitos a investigações dos diversos órgãos e é natural que respondam a processos, mas contra mim não recai absolutamente nenhuma conduta que me desabone, nesses anos todos.

Veja a nota na íntegra do vereador Thiago Morastoni sobre o rastreamento

Sobre a operação da Polícia Civil desencadeada nesta terça-feira, que culminou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de vereadora de Itajaí, cujo marido é policial civil e suspeito de ser o autor dos fatos, venho esclarecer que:

Tomei conhecimento da ação policial pela imprensa. Fui surpreendido pela notícia nesta manhã, uma vez que o referido processo corre em segredo de Justiça.

Como comentei anteriormente em entrevista ao Diarinho, tomei conhecimento do rastreamento ilegal no dia 5 de agosto, antes de iniciar o período de campanha eleitoral. Imediatamente procurei meu advogado, registramos o caso na Polícia Civil e oferecemos notícia-crime à Justica. Sob orientação da própria polícia, não retirei o rastreador do meu veículo e segui por mais 20 dias com o equipamento acoplado na traseira do meu carro particular.

Toda essa situação é motivo de angústia e estresse para mim e toda a minha familia. Jamais imaginei passar por situação semelhante. Primeiro ter meus passos ilegalmente monitorados e posteriormente precisar fingir que não havia descoberto o dispositivo para que a apuração dos fatos pudesse ser possível.

Foram dias de medo, inclusive, pelo que pudesse acontecer já que não temos qualquer noção do que estava sendo tramado. O rastreador ilegal foi colocado no carro que uso com minha família. Onde ando principalmente com minha esposa e filha inclusive nos fins de semana.

Minha surpresa com o cumprimento do mandado nesta terça foi ainda maior porque jamais poderíamos imaginar que pessoas tão próximas seriam capazes de atentar contra mim e contra a assessora direta do prefeito Volnei Morastoni, que também teve o veículo monitorado ilegalmente. Tanto o suspeito de ser o dono do rastreador, o policial civil, quanto a esposa dele conviviam pacificamente comigo em eventos e nos espaços públicos, como no próprio gabinete do prefeito, onde sempre foram muito bem recebidos.

Infelizmente não faço ideia do que pode ter motivado tal ato criminoso. Essa dúvida é algo que me consome desde então. Mas conto com a investigação policial que, agora, conseguirá apurar o motivo para tanto eu quanto a assessora direta do prefeito Volnei Morastoni estarmos sendo monitorados.

Para nossa tranquilidade, esse fato está prestes a ser solucionado. Saberemos também se tal prática já foi aplicada outras vezes, talvez com outras pessoas, sem que fosse descoberta, o que é muito possível.

Sigo indignado que algo assim possa acontecer na nossa comunidade, envolvendo pessoas públicas e até então idôneas, mas também sigo creditando nas forças de segurança e na justiça.

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