Entenda a cirurgia no quadril que será feita em Lula nesta sexta-feira
Presidente, que sofre com uma artrose e se queixa de dores há meses, passará por uma artroplastia total do quadril
• Atualizado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar por uma cirurgia no quadril, nesta sexta-feira (29), no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, para tratar uma artrose.
A artrose desgasta a cartilagem que reveste a articulação, causando um atrito entre os ossos do fêmur e da bacia. De acordo com o médico ortopedista Marcos de Camargo Leonhardt, especialista em cirurgia do quadril e artroplastias do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, o único tratamento efetivo para a artrose é uma cirurgia, a chamada artroplastia do quadril, que substitui o osso desgastado por uma prótese.
“Ela está indicada nos casos de artrose, ou seja, desgaste da articulação nos casos mais avançados, onde o tratamento com medicação e fisioterapia já não alivia mais a dor do paciente”, diz Leonhardt.
O presidente se queixa de fortes dores no quadril há meses e já havia passado por procedimentos para diminuir os incômodos, como infiltrações e uma denervação percutânea – quando os nervos transmissores da dor são anestesiados.
A cirurgia que será feita em Lula é uma artroplastia total do quadril, quando tanto a cabeça do fêmur quanto o acetábulo – uma cavidade na bacia – são substituídos por próteses.
Realizada sob anestesia – que pode ser geral ou raquianestesia, quando o paciente fica acordado e não sente nada da cintura para baixo – a cirurgia dura cerca de duas horas. É feita uma incisão no quadril, que dará acesso à articulação do paciente, e a cabeça do fêmur é retirada.
Segundo o ortopedista, uma “taça” é colocada dentro do acetábulo e ela é encaixada na nova cabeça femoral. As próteses podem ser de metal, polietileno ou cerâmica e, dependendo da preferência do cirurgião, pode ser utilizado cimento ósseo.
A cirurgia acontecerá no Hospital Sírio-Libanês de Brasília. A escolha de fazer o procedimento na capital do país e não em São Paulo, onde está sua equipe médica, se deu pelo risco de uma trombose após viagens de avião.
De acordo com Leonhardt, os riscos mais imediatos relacionados à artroplastia total do quadril são os de sangramento e de infecção. Uma rejeição das próteses é improvável.
Recuperação
O ortopedista Marcos Leonhardt destaca que, durante o pós-operatório, o paciente pode caminhar colocando carga parcial no membro operado e sem curvar o quadril por mais de 90°. Essas restrições podem durar por até seis semanas.
Segundo a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, o paciente é capaz de retomar a maioria das atividades normais dentro de três a seis semanas.
Para auxiliar na recuperação, de acordo com Leonhardt, é necessária muita fisioterapia, que pode durar até 6 meses depois da cirurgia. E a dor?
“A dor da artrose some. O que fica é uma dor pela manipulação cirúrgica, que geralmente é menor que a dor prévia, e com a progressão da fisioterapia tende a sumir rápido”, destaca o ortopedista.
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