“Discussão mal-conduzida dos dois lados”, diz Mourão sobre voto impresso
A crítica de Mourão ocorre em um momento de tensão entre as partes, com troca de acusações mútuas
• Atualizado
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta terça-feira (3) que a discussão entre o Judiciário e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a instalação de impressoras nas urnas eletrônicas, está sendo mal-conduzida pelos dois lados. A crítica de Mourão ocorre em um momento de tensão entre as partes, com troca de acusações mútuas.
“Há uma discussão mal-conduzida de ambos os lados. Tanto do nosso lado, onde eu me incluo, como do lado do Judiciário que também tá fazendo um ativismo que também não lhe compete. Não compete a magistrado dar parecer em relação àquilo que não é responsabilidade dele. Responsabilidade dele é fazer cumprir a lei, fazer com que seja cumprida e executada”, disse Mourão.
Ao defender que o Judiciário não deve decidir sobre a aplicação do voto impresso, Mourão também declarou que não acredita em fraudes na contagem dos votos. “Não estou com desconfiança. O que considero é que a gente pode evoluir no sistema. Tudo aquilo que melhora a accountability, transparência de um sistema, eu acho que é válido. Agora, quem tem que aprovar isso aí? É o Congresso. Congresso é o local de discussão desse assunto”.
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A polêmica em torno do voto impresso ganhou força, depois que o TSE anunciou a decisão unânime entre seus ministros, sobre a abertura de um inquérito para apurar acusações sem provas de fraude no sistema eleitoral, feitas por Bolsonaro durante live na última 5ª feira (29.jul). A investigação deve envolver coleta de depoimentos e pode desencadear mandados de busca e apreensão para coleta de provas contra o presidente e seus aliados.
De acordo com o TSE, todas as fases de votação já são auditáveis, com a contagem eletrônica dos votos acompanhada por integrantes dos partidos políticos em tempo real. Nenhuma fraude foi comprovada desde o início do uso do atual sistema. O retorno do voto impresso chegou a ser testado em 2002 e descartado após falhas no processo. O Supremo Tribunal Federal avalia que o retorno da medida colocaria em risco o sigilo do voto e possibilitaria a prática de compra de eleitores.
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