CPI: Flávio tenta fazer defesa de Bolsonaro e contornar fala sobre ‘gripezinha’
Flávio afirmou também que a CPI tenta "antecipar" 2022, em alusão a disputa eleitoral do próximo ano
• Atualizado
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) compareceu ao depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo à CPI da Covid-19 para tentar fazer uma defesa do pai, Jair Bolsonaro, na condução do enfrentamento à pandemia. Prestando solidariedade a famílias enlutadas e destacando o número de recuperados, Flávio buscou contornar a declaração polêmica de Bolsonaro, que classificou a covid-19 como uma “gripezinha”, e afirmou que a CPI tenta “antecipar” 2022, em alusão a disputa eleitoral do próximo ano.
“Não leve a mal (Ernesto Araújo), algumas pessoas que vem se manifestar, porque alguns ainda não aceitaram resultados das urnas”, disse Flávio, o último senador a falar na CPI nesta terça-feira (18) antes de a sessão ser encerrada. “Bolsonaro foi eleito para redirecionar sim a política externa do País”, disse o senador, que utilizou uma característica frequentemente empregada para descrever o presidente, a atribuindo aos colegas da oposição.
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“O que vejo aqui é um negacionismo do óbvio. Fatos estão colocados. Temos internet e meios alternativos que inviabilizam o monopólio da narrativa dos grandes veículos. Brasil já dispõe de mecanismos para checar o que é fake news”, afirmou Flávio, para quem as relações internacionais não foram comprometidas por questões ideológicas que envolvem o governo Bolsonaro.
Sobre as declarações do presidente, chamando a covid-19 de gripezinha, Flávio afirmou que Bolsonaro se referia a experiência própria com a doença. “Sempre disse que no caso dele especificamente as consequências seriam gripezinha”, disse. Uma das ocasiões em que Bolsonaro usou o termo, minimizando os efeitos da doença, foi durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em 24 de março. Na ocasião, vinculou os sintomas à sua capacidade física.
“Discussão sobre origem do vírus tem muita água para rolar embaixo dessa ponte. Há investigações em todo o mundo. Nada está descartado ainda. Ai se demoniza quem fala que é vírus chinês, mas são as mesmas pessoas que não se incomodam em dizer que quando houve cepa imputada ao Brasil, não tem pudor em dizer que é a cepa brasileira”, concluiu Flávio.
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