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Assembleia da ONU

Bolsonaro fala sobre discurso que realizará na ONU na próxima semana

Presidente negou que esteja fazendo campanha eleitoral no funeral da Rainha Elizabeth II

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: SBT News/Reprodução
Foto: SBT News/Reprodução

Em Londres, onde participa do funeral da Rainha Elizabeth II, o presidente Jair Bolsonaro (PL) antecipou ao SBT o tom do discurso que fará na Assembleia da ONU, na próxima terça-feira (20). Em entrevista exclusiva ao repórter João Ventura, ele disse que não foi até a Inglaterra fazer campanha eleitoral.

Bolsonaro chegou ao Reino Unido já na manhã deste domingo (18), no horário local. Acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente esteve na embaixada brasileira em Londres antes de se dirigir ao funeral da monarca.

O presidente será responsável por abrir a Assembleia da ONU na próxima terça-feira (20). “Pretendo falar alguma coisa sobre energia limpa, no caso hidrogênio verde, em especial o nosso nordeste, uma potência. O Brasil, além do agronegócio, além de alimentar mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, abriu-se uma porta enorme nas eólicas ditas offshore, ou seja, os nossos cata-ventos na costa do Brasil, em especial do nordeste. Temos um potencial pra 50 Itaipu Binacional. O Brasil é isso, um país enorme que, no meu entender sempre, não foi muito bem administrado no passado”, disse.

Questionado se teme ser criticado por ir até o funeral de Elizabeth II durante a corrida eleitoral, Bolsonaro afirmou que não está na Inglaterra para fazer campanha, e sim cumprir seu papel institucional.

“Quem está falando que eu estou fazendo campanha política é você. Se eu não venho, tenho crítica. Se eu venho, tem também. Estou aqui exercendo um papel institucional. O Brasil é uma grande potência. Já somos agora, ganhamos algumas posições, a 10ª maior economia do mundo. Há interesse por parte do Reino Unido um contato conosco”, afirmou o presidente.

Bolsonaro destacou ainda que teria assuntos para tratar com o Rei Charles III, mas que o momento não é oportuno: “eu não vou, num momento como esse buscar tomar a atenção dele. Em toda as vezes que eu estive com ele, desde quando assumi, o tratamento foi muito cordial, conversamos sobre questão do meio ambiente, que ele tem uma preocupação muito grande com isso. Uma conversa bastante franca, nos entendemos muito bem. Creio que ele goste de mim, assim como eu gosto dele”.

Confira a entrevista na íntegra:

Como foram os primeiros compromissos em Londres, como tem sido a recepção? 

A gente está seguindo o protocolo, obviamente. A precisão britânica. É um momento de consternação, de luto. Somos solidários aos britanicos nesse momento também. Tem mais um evento logo mais, vai ser um pouco mais demorado, com todos os chefes de estado presentes, mas estamos aí representando o Brasil nesse momento de dor para nossos irmãos aqui. 

Tem algum assunto especifico que o senhor pretende tratar com Rei Charles III sobre essa união do Brasil com o Reino Unido? 

A não ser que ele puxe o assunto. Eu teria, mas eu não vou, num momento como esse, buscar tomar a atenção dele. Em toda as vezes que eu estive com ele, desde quando assumi, o tratamento foi muito cordial, conversamos sobre questão do meio ambiente, que ele tem uma preocupação muito grande com isso. Uma conversa bastante franca, nos entendemos muito bem. Creio que ele goste de mim, assim como eu gosto dele. 

O que a gente pode esperar da Assembleia da ONU, com o Brasil abrindo mais uma vez? O que podemos esperar do discurso?

Olha, semelhante a 2019, onde nós fomos bastante objetivos, colocando na mesa a posição do Brasil. Hoje o Brasil é uma referência para o mundo na questão ambiental. Ninguém tem uma legislação como a nossa, ninguém tem dois terços do seu território preservado, se encontra da mesma forma que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500.

Pretendo falar alguma coisa sobre energia limpa, no caso hidrogênio verde, em especial o nososo nordeste, uma potência. O Brasil, alem do agronegócio, além de alimentar mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, abriu-se uma porta enorme nas eólicas ditas ?offshore?, ou seja, os nossos cataventos na costa do Brasil, em especial do nordeste.

Temos um potencial pra 50 Itaipu Binacional , não só vamos ter uma energia mais em conta, bem como poderemos ser exportadores de hidrogênio verde. O Brasil é isso, um país enorme que, no meu entender sempre, não foi muito bem administrado no passado. 

O senhor tem mantido conversas, relacão também, com o presidente da Rússia, principalmente quando senhor estava lá, para tratar da questão de fertilizantes? Esse assunto segue em pauta? 

Bolsonaro: Em fev tive 3 rodas de conversa com ele, vários assuntos foram tratados, nível reservado. De imediato se fez presente o compromisso dele em não deixar que o canal de fornecimento de fertilizantes fosse cortado. Recebemos já, somos dependentes de fertilizantes. Apesar de sermos autossuficientes, por problemas internos, não exploramos ainda.

Estamos em negociação final sobre o fornecimento de oleo diesel pra nos. Nos somos dependentes do diesel pq em 2004 2005 começou a se fazer tres refinaria sno brasil, o dinheiro foi desviado, quase 100 bilhoes de reais e nenhuma foi concluida. Pretendemos sim buscr alternativas para que possamos fazer refinaria sno Brasil.

Obviamente o ideal é que venha da iniciativa privada esse interesse. A gente espera resolver isso, não digo brevemente pq refinaria é pelo menos 5 anos demora pra ser feita. Mas vamos encaminhar em nosso governo , já estamos encaminhando. Se tiver uma reeleição, essa questão será definida e ajustada no futuro governo nosso. 

Como o senhor está trabalhando essa reta final da sua campanha? 

Desde o início do meu mandato não deixei de estar no meio do povo, até durante a pandemia. Nós resolvemos muitas questões, como os combustíveis, que influenciam demais diretamente na inflação. Com toda certeza teremos o terceiro mês com deflação contínua.

O combustível já é um dos mais baratos do mundo, levando-se em consideração outros países que não tem refinaria para tal. Também atendemos os mais humildes, já somos 21 milhões de famílias que recebem o Auxilio Brasil de no mínimo R$ 600. Levamos água para o nordeste, criamos o pix, desburocratizamos muita coisa, somos o 7º país mais digital do mundo, está tudo certo pro Brasil, como diz o Paulo Guedes, voar.

Acredito na potencialidade do nosso povo e a questão de voto, pelas minhas andanças pelo Brasil, em especial nos últimos dois meses. Se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE. 

Presidente, quer falar mais alguma coisa? 

Eu quero que vocês continuem livres, né. Se critica muito a imprensa, é natural as críticas, mas esse governo nunca ameaçou vocês de controle social ou de democratização da mídia. Nós sabemos como isso começa e como termina. A imprensa tem o seu papel, até quando critica, quando as vezes se excede. Tudo bem, faz parte da regra do jogo. Mas vocês calados são péssimos para a democracia. 

A gente viu aqui fora alguns apoiadores até atacando a imprensa em algum momento, presidente. Não sei se o senhor compactua com esse tipo de comportamento, dos mais extremos, extremistas apoiadores do senhor

É basicamente a bronca do pessoal em cima de uma empresa de televisão, uma rede de TV, que não tem limites. Se mostrou claramente do lado da eleição do ex-presidiário. Até por ocasião da sabatina, o apresentador-mor deles falou: “o senhor não deve mais nada ao Poder Judiciário”.

Mentiras em cima de mentiras, e eles tem um ódio muito especial para comigo e preferem qualquer um na Presidência, menos eu. Só que não é assim que o povo pensa. Hoje em dia com as mídias sociais, uma espécie de libertação das pessoas. Temos sim muitas empresas de rádio, TV, jornais, que vendem a verdade pra população.

Mas a grande imprensa, que é aquela conhecida por todos, faz um papel exatamente antagônico a esse. Em momentos como esse, o povo, quando vê alguém com aquele símbolo, passa a criticar. Faz parte da regra do jogo. Pelo que vi, ninguém foi agredido. Palavras são palavras. 

O senhor não teme ser criticado por, no momento do funeral, ser julgado por vir até a Inglaterra fazer campanha política, em meio a todo esse cenário? 

Quem está falando que eu estou fazendo campanha política é você. Se eu não venho, tenho crítica. Se eu venho, tem também. Estou aqui exercendo um papel institucional. O Brasil é uma grande potência, já somos agora, ganhamos algumas posições, somos a 10ª maior economia do mundo. Há interesse por parte do Reino Unido um contato conosco.

Em especial a Europa, quando cada vez mais o fantasma de um desabastecimento, da possibilidade de fome, se faz presente. E o Brasil é o celeiro do mundo. Como disse, nós alimentamos mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo e potencializamos isso através da agricultura familiar, concedendo mais de 400 mil títulos a assentados do MST.

Você pode reparar, no governo lula tínhamos uma invasão por dia, 20 por mês. No meu, cinco por por ano, dado exatamente a atenção que demos a essas pessoas que eram escravizadas pelo PT e pelo MST. 

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