Apesar de laudos anteriores preocupantes, governo de SC afirma que pontes da Capital são seguras

O secretário de Estado da Infraestrutura de Santa Catarina (SIE), Jerry Comper, acompanhado do engenheiro especialista em recuperação de estruturas de concreto, Mauro Lacerda Santos Filho, vistoriaram as pontes da Capital nesta terça-feira (15). Apesar do laudo preocupante divulgado no final de 2022, segundo o engenheiro, após a atual revisão, não há risco de colapso e não há necessidade de interdição.

Em um bote do Corpo de Bombeiros, eles fizeram vistoria nos 18 blocos de sustentação das duas estruturas. O especialista explica que a questão é um problema estético, que passa sensação de insegurança para a população, e é preciso fazer uma intervenção.

“É necessária sim uma intervenção, mas dentro de um conceito chamado Retrofit, que é relativamente novo na engenharia”, explica Santos Filho.

O Retrofit é a técnica de revitalização de instalações antigas que procura modernizar o espaço, retificar problemas e deixá-lo mais seguro e adequado para os usuários.

Vistoria das pontes da Capital

O Promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Daniel Paladino, foi informado pelo secretário sobre a vistoria. Ao SCC10, Paladino explicou que esta vistoria é preliminar para um diagnóstico de levantamento de problemas estruturais da ponte.

“Foi pactuado entre o MP e o governo de SC, que, ao final de dois meses, a partir da aceitação de uma recomendação que encaminhamos no início do mês, a Secretaria tem que nos apresentar o diagnóstico completo das pontes. Essa vistoria realizada foi preliminar, imagino que ao longo desses dois meses, para ter embasamento legal e técnico para o diagnóstico que eles vão nos apresentar, outras vistorias serão feitas. Estamos acompanhando. “

Segundo o governo de Santa Catarina, serão feitos todos os passos necessários de engenheira de recuperação das estruturas, para a realização do diagnóstico. A partir deste diagnóstico, será elaborado um projeto completo para melhoria das Pontes Pedro Ivo e Colombo Salles.

“Não estamos buscando soluções paliativas. A orientação do governador é para fazermos um projeto abrangente e duradouro,” acrescenta o secretário da SIE.

Entenda o caso

No último mês, a coluna de Clayton Ramos apurou que as pontes Pontes Pedro Ivo e Colombo Salles poderiam ser interditadas. O promotor do MPSC Daniel Paladino chegou a afirmar à coluna que se nenhuma atitude fosse tomada por parte do governo estadual, uma interdição das pontes não estava descartada.

Um relatório divulgado ao final de 2022 mostrava a situação das pontes. No detalhamento da ponte Colombo Salles, um dos blocos foi descrito como “armaduras soltas na face inferior do bloco com total comprometimento”. Outro bloco foi colocado como “o desplacamento e comprometimento das
armaduras inferiores do bloco são visíveis”.

Em julho de 2023, outro relatório foi divulgado sobre a situação das pontes, informando que não existe risco iminente de um sinistro mais grave em qualquer uma das pontes que ligam o Continente à Ilha de Santa Catarina.

O relatório também afirmou que a “SIE está avançando em processos internos para duas contratações referentes às Pontes Colombo Salles e Pedro Ivo: uma, mais complexa, para revitalização total das estruturas e não apenas para intervenções pontuais e paliativas. Na outra frente, os técnicos da Secretaria trabalham para contratação de empresa para retirada das placas da passarela da Ponte Colombo Salles, processo que conta com a parceria da Casan. A Adutora que abastece com água potável a Ilha de Santa Catarina está atrelada à Passarel”. 

Saiba quem é Mauro Lacerda Santos Filho

Mauro Lacerda Filho, teve cerca de 1,3 mil pontes em sua carteira de clientes, além de 890 edifícios. O escritório dele foi contratado para realizar um diagnóstico completo acerca do estado estrutural das Pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, na Capital.

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (1979), mestrado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Civil Engineering – University of Alberta (1988) e doutorado em Civil Engineering – Colorado State University (1990). Atualmente é professor titular aposentado da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Estruturas de Concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: patologia das edificações, recuperação e Retrofit de estruturas, sistemas de gerenciamento de pontes, performance estrutural, inspeções rotineiras e índices de performance de comportamento.

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